Subiu para nove o número de mortes confirmadas em Santa Catarina devido aos temporais que atingiram o Sul do Brasil na tarde desta terça-feira (30). Uma décima pessoa está desaparecida, conforme a Defesa Civil do estado vizinho. Os temporais estavam associados a formação de um ciclone extratropical que causou fortes ventos, chuvas, granizo e muitos estragos.
Três óbitos foram registrados em Tijucas, quando um galpão desabou com a força do vento. Conforme os bombeiros, uma das vítimas foi localizada já sem vida ainda na noite de terça. Os outros dois corpos foram encontrados durante madrugada desta quarta. Cães farejadores auxiliaram nas buscas. A identidade das vítimas não foi divulgada.
Outras seis mortes foram registradas nas cidades de Chapecó, Santo Amaro da Imperatriz, Governador Celso Ramos, Ilhota, Itaiópolis e Rio dos Cedros. Em Brusque, uma pessoa está desaparecida.
Segundo o governo catarinense, mais de mil bombeiros estão atendendo ocorrências, especialmente relacionadas a quedas de árvores e de placas. Até esta manhã, a corporação já tinha atendido por volta de 1,6 mil chamados.
De acordo com a Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), o rompimento de cabos e outros problemas interromperam o fornecimento de energia elétrica para 1,5 milhão de unidades consumidoras. Em muitas cidades, segundo o governo estadual, não há sinal de telefone ou internet. O restabelecimento do serviço de energia elétrica pode demorar até três dias, conforme a companhia.
Danos no Rio Grande do Sul
Als cidades gaúchas mais afetadas foram Iraí, Cacique Doble, Barracão, Vacaria e Capão Bonito do Sul. De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 1.119 pessoas e 921 residências foram atingidas pela chuva e pelos fortes ventos em todo o Estado. Só em Vacaria, o vendaval desalojou 520 pessoas e danificou 130 casas.
Em Capão Bonito do Sul, até esta manhã, a relação de pessoas desalojadas já tinha 400 nomes. No município de Barracão, até o hospital municipal foi atingido, ficando parcialmente destelhado.
Já em São Sebastião do Caí, 84 pessoas tiveram que deixar suas casas por causa da cheia do rio Caí.
Em Nova Prata, a morte de um homem de 53 anos, por deslizamento de terra, está sendo investigada. Ele pode ter morrido em decorrência da tempestade que atingiu a cidade.
Estragos também no Paraná
No Paraná, o fenômeno climático afetou a 3.127 pessoas em 30 cidades, danificando a 666 casas e forçando ao menos 81 pessoas a deixarem temporariamente seus lares. O fornecimento de energia elétrica para cerca de 1,2 milhão de residências e estabelecimentos comerciais chegou a ser interrompido segundo a Copel (Companhia Paranaense de Energia). Só na região leste do estado, 2.562 unidades consumidoras continuavam sem energia até esta manhã.
“Os efeitos que sofremos são apenas o resquício do ciclone que afetou principalmente Santa Catarina”, afirmou a sargento Caroline Pompeu, da Defesa Civil paranaense. Segundo o órgão estadual, embora as fortes chuvas decorrentes do ciclone extratropical comecem a afastar, os ventos podem atingir entre 50 e 70 km/h entre o sul e parte do leste do estado.