RISCO À SAÚDE

RS registra "chuva preta" devido a queimadas no centro da América do Sul

Chuva preta ainda deve ocorrer nos próximos dias na Região Sul devido ao avanço de uma frente fria combinado com as queimadas

Céu de Porto Alegre tomado pela fumaça das queimadas que atingem o centro da América do Sul - Foto: Leonardo Severo/Agora RS
Céu de Porto Alegre tomado pela fumaça das queimadas que atingem o centro da América do Sul - Foto: Leonardo Severo/Agora RS

O Rio Grande do Sul registrou chuva preta, fenômeno que ocorre devido à mistura da fuligem das queimadas no centro da América do Sul, com as gotas de chuva. Conforme a Climatempo, a chuva preta é comum em áreas que sofrem incêndios, e ainda ocorrerá nos próximos dias principalmente no Sul e Sudeste do Brasil, onde a fumaça e as chuvas se encontram.

O fenômeno da chuva preta pode contaminar o solo, além de lagos, rios e outros recursos hídricos. E, ainda, piorar a qualidade do ar, causando problemas respiratórios.

Os registros da chuva preta se deram em cidades da região Sul, como Rio Grande e Pelotas. Estes locais ainda têm alerta de tempestade do Inmet em vigor. Além disso, a Climatempo reitera as condições para chuva no Oeste, na Campanha e no extremo sul do RS. Principalmente à tarde e à noite desta quarta-feira (11), se estendendo até a madrugada de quinta-feira (12). Já no norte e nordeste do RS a umidade diminui.

Céu de Porto Alegre na tarde desta quarta-feira (11) – Foto: Leonardo Severo/Agora RS

Em Porto Alegre pode haver um pico de calor com máxima prevista de 36 °C antes da entrada do vento frio. Além disso, a Capital, assim como outras cidades do País, sofre com a presença da fumaça das queimadas, registrando com isso o fenômeno do “sol alaranjado” (em cima na foto).

Nesta terça-feira (10), a prefeitura da Capital divulgou recomendações de cuidados para a população. As orientações são do Ministério da Saúde e estão disseminadas em todo o Brasil.

Cuidados preventivos

Crianças menores de cinco anos, idosos, pessoas asmáticas, diabéticas ou hipertensas e gestantes podem ter mais complicações, por isso merecem atenção especial.

Recomendações para toda a população:

  • Se tiver sintomas respiratórios, busque atendimento médico o mais rápido possível;
  • Beber mais água e líquidos para manter o aparelho respiratório úmido e mais protegido;
  • Se possível, ficar menos tempo em ambiente aberto, durante o dia ou à noite;
  • Manter portas e janelas fechadas, para diminuir a entrada da poluição externa no ambiente;
  • Evitar atividades em ambiente aberto enquanto durar o período crítico de contaminação do ar pela fumaça.

Recomendações a pessoas com problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos

  • Manter ao alcance os medicamentos indicados pelo médico, para uso em crises agudas;
  • Buscar imediatamente atendimento médico se apresentar sinais ou sintomas de piora das condições de saúde após exposição à fumaça;
  • Consultar o médico sobre a necessidade de mudar o seu tratamento.

Brasil tomado pela fumaça

Até ontem (10), o Brasil havia registrado 5.132 focos de incêndio, concentrando 75.9% das áreas afetadas pelo fogo em toda a América do Sul. Os dados são do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Ainda há focos na Bolívia e no Paraguai e grandes partes do Estado de São Paulo.

Ainda na terça-feira (10), o presidente Lula afirmou que a maioria dos incêndios têm caráter criminoso. “É gente que está tentando colocar fogo para destruir esse país”, afirmou Lula, destacando que 85% das propriedades afetadas no Pantanal são particulares.

Conforme a Climatempo, a fumaça continuará a se espalhar nos próximos dias. O avanço de uma frente fria na sexta-feira ajudará a limpar a atmosfera no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Contudo, redirecionará e concentrará a fumaça nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Mesmo assim, não há uma previsão concreta de melhora significativa na qualidade do ar, já que as queimadas devem continuar intensas.