O tornado que provocou destruição no interior do município de Erval Grande, no Norte do Rio Grande do Sul, trata-se do resultado de uma combinação específica de fatores meteorológicos. O fenômeno foi confirmado neste sábado (10) pela Defesa Civil do RS, após análise das condições atmosféricas, imagens de radar e estragos observados no local.
O evento ocorreu entre 14h50 e 15h10 da sexta-feira (9) e foi classificado oficialmente como tornado. Até o momento, no entanto, não há imagens da nuvem funil, a coluna de ar rotativa que provoca os danos.
Para que um fenômeno dessa natureza se forme, é necessário um ambiente de alta instabilidade atmosférica. Isso aconteceu após o transporte de calor e umidade vindos do Norte do País, aliado ao aprofundamento de um sistema de baixa pressão e ao deslocamento de uma frente fria pelo Norte gaúcho na tarde de ontem.
Conforme o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), na sexta-feira, a frente fria estava posicionada no Rio Grande do Sul, próxima à fronteira com o Uruguai. Ao mesmo tempo, um centro de baixa pressão atuava sobre o Paraguai.
Estes tipos de sistemas são responsáveis pela ocorrência de temporais severos, que culminam em grandes acumulados de precipitação, além de rajadas de vento intensas, também com potencial para a formação de fenômenos como frentes de rajada, microexplosões, tornados e trombas d’água.
Imagens de radar ajudaram a identificar fenômeno
Com base na análise das condições atmosféricas, nas imagens do radar meteorológico de Chapecó – fornecidas pela Defesa Civil de Santa Catarina – e nas evidências observadas no local, a Defesa Civil constatou a ocorrência de tornado naquela localidade.
A passagem do fenômeno provocou rajadas violentas, destelhamentos, queda de árvores e colapso de estruturas residenciais e comerciais. Cerca de 250 imóveis foram danificados e ao menos 40 famílias ficaram desalojadas.