A chuva de meteoros que acontece entre julho e agosto terá maior visibilidade no céu do Rio Grande do Sul nesta semana.
As noites de hoje (29) e amanhã (30) reservam novidades para quem gosta de apreciar as estrelas. Isso porque estão previstas chuvas de meteoros nas próximas duas madrugadas.
Tratam-se das Alfa Capricornídeas e Delta Aquáridas. Os meteoros, ou “estrelas cadentes”, como são chamados popularmente, poderão ser vistos a olho nu, principalmente entre 22h30 e 00h30. Depois desse horário, a lua poderá clarear o céu e dificultar a observação.
O ideal é estar em um local escuro, sem luzes noturnas como postes ou prédios iluminados. Por isso, a experiência em cidades grandes não será tão boa quanto em regiões afastadas dos grandes centros. O radiante, ponto de onde virão os meteoros, será no leste.
Thiago Signorini Gonçalves, astrônomo e coordenador de Comunicação da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), explica que a melhor forma de ver a chuva de meteoros é a olho nu.
“O ideal é não usar nenhum instrumento. Se usar binóculo, telescópio ou algo assim você não verá, porque olhará para uma parte muito pequena do céu. É simplesmente olhar para cima e apreciar o espetáculo. E torcer para o céu não estar nublado”.
Chuvas de meteoros
As chuvas de meteoros são consequência dos detritos deixados no espaço pelos cometas. A Terra, em seu movimento de translação (deslocamento em torno do sol e que dura 365 dias) passa por regiões onde existem mais desses detritos. Nesse momento, eles atravessam a atmosfera do nosso planeta.
“É como se a Terra passasse anualmente por essa região onde tem mais desses detritos dos cometas. É um evento que acontece todo ano”, explicou Gonçalves. Segundo ele, a Delta Aquáridas pode ser um espetáculo natural interessante.
“A Delta Aquáridas é, em particular, uma chuva legal para ver do Hemisfério Sul. Espera-se alguma coisa entre 15 e 30 meteoros por hora. É uma frequência bem legal e é bem bonito de observar”, disse.
Os meteoros da Delta Aquáridas são, provavelmente, formados por detritos do cometa 96P/Machholz, um cometa sungrazer (que passa raspando o Sol) de curto período.
De acordo com a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), esse cometa passa, a cada 6 anos, a “apenas” 18,6 milhões de quilômetros do Sol. Sua atividade ocorre entre 12 de julho e 23 de agosto, com maior intensidade no dia 31 de julho.
Já os meteoros Alfa Capricornídeos são detritos deixados pelo Cometa 169P/NEAT. Segundo a Bramon, trata-se de um cometa de curto período, baixa atividade e que é, na realidade, um pedaço de um cometa maior fragmentado cerca de 2900 anos atrás.
Esse tipo de fenômeno dura vários dias, mas existem noites específicas em que é possível ver mais meteoros. Esse é o caso das noites de hoje e amanhã.
A atividade da Alfa Capricornídeas ocorre de 3 de julho a 15 de agosto, com uma máxima em 30 de julho.