O Guaíba vai voltar a subir em Porto Alegre devido às chuvas intensas na Metade Norte do Rio Grande do Sul. A cidade pode enfrentar uma ainda cheia maior que a registrada no domingo passado (5), conforme previsão do IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
De acordo com os pesquisadores, o pior momento será entre segunda (13) e terça-feira (14), quando as águas dos rios contribuintes chegarão em Porto Alegre. As projeções dos especialistas apontam para nível entre 5,30 e 5,50 metros na Usina do Gasômetro. Ou seja, pode ser o Guaíba pode ir além do registrado no dia 5, quando a água atingiu os 5,35 metros. A cota de inundação no Gasômetro é de 3,60 metros, uma diferença de 0,60 para a do Cais Mauá, próximo da Rodoviária.
“Todos os cenários de previsão reafirmam cheia duradoura e confirmam o repique da cheia com nova elevação de níveis para acima de 5 m. O valor do nível máximo a ser atingido entre segunda e terça-feira depende de ocorrência das chuvas adicionais previstas e vento sul forte, podendo alcançar em torno de 5,5 m”, destacam. A pesquisa é realizada pelos professores Fernando Fan e Rodrigo Paiva e pelo mestrando Matheus Sampaio, em conjunto com a empresa RHAMA Analysis.
Como todas as bacias hidrográficas estão sobrecarregadas e o solo não consegue mais absorver a quantidade de chuva, a cheia será mais rápida que a do início do mês.
“Considerando a elevada duração prevista e o repique da cheia, recomenda-se manter a atenção a todas as áreas de risco, incluindo aquelas em que a inundação teve redução; atenção especial a população afetada; e ações imediatas para reestabelecimento de infraestruturas e manutenção de serviços essenciais como o saneamento básico”, aponta o IPH.
Por causa do risco do agravamento da enchente, a Defesa Civil de Porto Alegre emitiu uma advertência para buscar auxílio e abrigo temporário junto a parentes ou amigos. Também não é recomendado transitar em locais já alagados ou sujeitos a alagamentos e deslizamentos durante o período do alerta.
Quem está em abrigos temporários não deve retornar às suas residências até que a situação se normalize. A Defesa Civil também orienta que população observe as alterações nas encostas, no caso de habitar imóveis em áreas de risco sujeitas a deslizamentos.