Em Astana, no Cazaquistão, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, negociou hoje (1º) alguns termos dos acordos de cooperação técnica nas áreas de energia renovável, tecnologia aeroespacial, turismo e agropecuária. É a primeira visita de um chanceler brasileiro ao Cazaquistão nos 25 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
“Nosso comércio bilateral tem grande potencial de expansão”, afirmou Nunes Ferreira. “Precisamos aproximar mais os setores empresariais dos dois países”, completou, ressaltando que Brasil e Cazaquistão tem “economias dinâmicas”.
Na conversa com o chanceler do Cazaquistão, Kairat Abdrakhmanov, o ministro destacou o interesse de intensificar os fluxos de comércio e de investimentos. O Brasil é atualmente o principal parceiro comercial do Cazaquistão na América Latina e há potencial de fortalecer os laços na área.
Também está em curso as negociações para o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI). Já estão em discussão possibilidades de cooperação entre a Embrapa e o Centro Nacional de Formação e Pesquisa Agrícola (Nasec).
Em Astana, o chanceler brasileiro se reuniu com Abdrakhmanov, e o vice-primeiro ministro e também ministro da Agricultura, Umirzak Shukeyev. “Destaco a atuação independente da delegação do Cazaquistão no Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas”, disse o brasileiro.
País
O Cazaquistão desempenha papel político estratégico na região, pois além de ocupar uma posição geográfica chave na conexão terrestre entre a Ásia e a Europa. Em duas décadas e meia, nas relações com o Brasil, houve visitas presidenciais e, mais recentemente, a visita de uma comitiva parlamentar brasileira ao Cazaquistão.
Em junho passado, foram assinados, em Astana, com a presença do ministro da Justiça do Brasil, três instrumentos bilaterais na área jurídica: Acordo sobre Extradição; Acordo sobre Transferência de Pessoas Condenadas; e Acordo sobre Auxílio Jurídico Mútuo em Matéria Penal. Desde 2006, está em vigor acordo de isenção de vistos de turismo e negócios.
Com 17 milhões de habitantes, o Cazaquistão foi uma das últimas repúblicas da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) a declarar independência. É a principal economia da Ásia Central sustentada, sobretudo, na produção de petróleo.
Agricultura
Em setembro, uma delegação do Ministério da Agricultura do Cazaquistão visitou o Brasil para explorar projetos de cooperação em agricultura e pecuária. Os cazaques querem conhecer a experiência brasileira no cerrado e técnica da Embrapa para poderem, assim, aplicar no desenvolvimento agropecuário das estepes do país.
Na reunião com o vice-primeiro ministro Shukeyev, que também exerce as funções de ministro da Agricultura, Nunes Ferreira ouviu sobre o interesse intensificar as relações na área.