Ospa inaugura casa nova

A Casa da Música da Ospa, que está sendo construída no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), encerra um ciclo de busca por um local que abrigue tanto os ensaios quanto as apresentações da orquestra, com condições acústicas e de conforto adequadas aos instrumentistas e espectadores. “Poderemos, finalmente, investir em nossa identidade sonora, assim como fazem as grandes orquestras internacionais”, afirma o maestro Evandro Matté, diretor artístico da Ospa. A Fase 1 da construção, que contempla a sala de concertos principal, será inaugurada no dia 24 de março, sábado, com um grande concerto regido por Matté.

Para conseguir o valor necessário à finalização da sala, foi lançada, no ano passado, a campanha de financiamento coletivo “Faça parte desta História”, através da qual é possível fazer doações diretas para a construção da sala de concertos. Existem diversas opções de retribuições, que vão desde o nome do doador registrado no Painel de Doadores, que será colocado na entrada da Casa de Música da Ospa, até uma placa em uma das poltronas da Sala de Concertos e passaportes para a Temporada 2018. “A ideia é aproximar ainda mais a Ospa da sociedade, permitindo que cada apreciador da orquestra possa ver a sua marca gravada nos progressos que estamos conseguindo”, afirma Rogério Beidacki, superintendente administrativo da orquestra. A campanha está em sua reta final.

A Casa da Música da Ospa se constituirá em um complexo musical com uma sala de concertos para 1.100 pessoas, além de camarins, café, salas de estudos, saguão, entre outros espaços. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (SMARH), cedeu a área de 2.500m² no CAFF para a Ospa fazer, no ano passado, a sua Sala de Ensaios – área que está se transformando nessa obra. Com o suporte da Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sedactel), do Ministério Público, da Fundação Pablo Komlós e a da sociedade civil, o projeto, feito pela AT Arquitetura, está se concretizando.

A trajetória da Ospa pelos espaços de Porto Alegre

Há dez anos, a Ospa deixava o Teatro Leopoldina, local alugado, situado na Avenida Independência. Conhecido como o “Teatro da Ospa”, ele abrigou as atividades da sinfônica por 24 anos. Antes e depois disso, a orquestra contou com a parceria de diversos espaços para desenvolver as suas atividades.

As origens da Ospa estão diretamente ligadas à vida do maestro húngaro Pablo Komlós à Capital gaúcha. Ele foi convidado a dirigir algumas óperas em Porto Alegre em meados da década de 1945. Na época, as apresentações aconteciam no palco principal do Cine Teatro Coliseu. Mas a Ospa só passou a existir oficialmente em 1950 – o primeiro concerto foi no Theatro São Pedro.

Um tempo depois, a orquestra passou a ensaiar e a se apresentar no antigo prédio da Pontifícia Universidade Católica (PUC), que atualmente é o Colégio Rosário. Posteriormente encampada pelo Governo Estadual, a orquestra ainda passaria pelo antigo Auditório Araújo Vianna (então localizado na Praça Matriz) e pelo Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – este último, local que segue recebendo os concertos da Ospa até os dias de hoje.

Depois de 2008, quando desocupou o Teatro Leopoldina, a Ospa passou por espaços como o Palácio Piratini, o Armazém A3 do Cais do Porto, o Salão da Paróquia São Pedro, a Sala Elis Regina da Usina do Gasômetro e, por fim, a Sala de Ensaios no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), que está se tornando a Sala de Concertos da Ospa.

O projeto “Sala Sinfônica da Ospa”, que seria realizado no Parque da Harmonia, foi repactuado com o MinC e, agora, naquele local, será construído um teatro aberto para concertos, o museu da Ospa e um espaço para programas sociais de inclusão da Escola de Música da Ospa. As fundações que já estão ali serão aproveitadas.