Cotidiano

CNMP investigará procuradora que pediu intervenção militar no Supremo

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu hoje (23) abrir procedimento disciplinar contra a procuradora de Justiça Camila Gomes Teixeira, de Minas Gerais, que, em publicações no Twitter, pediu que generais, em uma intervenção militar,...

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu hoje (23) abrir procedimento disciplinar contra a procuradora de Justiça Camila Gomes Teixeira, de Minas Gerais, que, em publicações no Twitter, pediu que generais, em uma intervenção militar, expulsassem os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandwski do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em seu perfil, no qual usava o nome Camila Moro, a procuradora escreveu: “Generais, saiam do Twitter e posicionem seus homens no entorno do STF, até que Gilmar Mendes, Lewandowski e Dias Toffoli entreguem suas togas. Marquem dia que vamos juntos: Brasileiros + Exército salvaremos a Lava Jato!”

Na segunda postagem, ela disse: “O Brasil cansa, dá nervoso, dá dor no estômago, dá diarreia, dá dor na nuca. Que venha intervenção militar e exploda o STF e Congresso de vez!”. Segundo consta nos autos do processo, as publicações foram feitas em abril deste ano.

Por unanimidade, o plenário do CNMP decidiu que o procedimento disciplinar definirá se a procuradora deixou de manter conduta pública ilibada, de zelar pelo prestígio da Justiça e pela dignidade de suas funções e de tratar magistrado com a urbanidade devida.

O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, que presidiu a sessão do CNMP nesta terça-feira (22), afirmou que as manifestações de Camila Teixeira foram de natureza “política, ideológica e fascista”. 

“Parece que ela dormiu na década de 60 e acordou em 2018 como se fosse da noite para o dia. Uma manifestação anacrônica, que despreza seu tempo. Isso representa um amadorismo no processo civilizatório”, disse o vice-procurador.

Na terceira postagem, a procuradora escreveu que o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, “não terá paz enquanto não soltar Lula” e pediu: “Alô, generais, tomem uma atitude”.