O primeiro Centro Integrado de Inteligência e Controle para o Combate ao Crime Organizado do Brasil deverá iniciar sua operação em 2019 no Ceará e terá liberação de recursos federais para o equipamento ainda este ano. O anúncio foi feito pelo ministro da Segurança Pública Raul Jungmann em reunião com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) e com o governador reeleito do Ceará, Camilo Santana, em Brasília.
A oficialização do estado como sede do primeiro centro de inteligência foi feita em março e atende à deliberação do último Encontro de Governadores do Nordeste, realizado no mesmo mês em Teresina. São previstos R$ 2 milhões oriundos da União para instalar o equipamento, que já tem sede definida por meio da cessão de um prédio público pelo governo do Ceará na capital, Fortaleza.
“O centro será fundamental para integrar as informações de todos os estados do Nordeste, para que a gente possa dar respostas efetivas ao enfrentamento do crime organizado no Brasil e no Ceará”, declarou Camilo Santana, após o encontro com Jungmann, ocorrido nesta quarta-feira (17).
O anúncio da criação do equipamento em março do ano passado ocorreu dentro de um contexto de conflitos atribuídos às facções. Em janeiro, duas chacinas provocaram a morte de 24 pessoas: 10 dentro da Cadeia Pública de Itapajé, no interior do Ceará; e 14 durante uma festa na periferia de Fortaleza. Em fevereiro, dois homens apontados como líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram mortos na região metropolitana de Fortaleza.
A unidade do Ceará será a primeira de um total de cinco centros regionais de inteligência que contarão, segundo o ministro, com representantes das polícias do Nordeste, das polícias Federal e Rodoviária Federal (PRF), da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Eles serão interligados com o Centro Nacional Integrado de Inteligência, Comando e Controle, que ficará em Brasília.
Com os R$ 2 milhões para o centro regional, o Ministério da Segurança Pública também vai liberar recursos para a construção de dois presídios no Ceará. O ministro, no entanto, não detalhou valores. Atualmente, o estado possui um déficit de quase 12 mil vagas no sistema penitenciário.