A prefeitura do Rio de Janeiro vai implementar um pacote de medidas estruturantes para aumentar a arrecadação e garantir o pagamento do 13º salário dos 190 mil servidores ativos, inativos e pensionistas. A informação foi dada pelo secretário municipal de Fazenda, Cesar Barbiero, durante reunião extraordinária das comissões de Saúde e de Finanças, Orçamento e Fiscalização da Câmara dos Vereadores.
“São 17 medidas de aumento de arrecadação que colocamos em prática. Uma delas é o Concilia Rio, em que chamamos empresários devedores de IPTU {Imposto Predial e Territorial Urbano] a compor conosco. Temos outras medidas de arrecadação, como a inclusão de imóveis no cadastro de IPTU, que vão surtir efeito a partir do ano que vem”, disse o secretário.
Barbiero acrescentou que, com esse conjunto de medidas, além de pagar os salários em dia, prefeitura pretende juntar dinheiro suficiente para garantir o pagamento do 13º no fim do ano, bem como o reajuste esperado pelos servidores públicos.
O secretário municipal da Casa Civil, Paulo Messina, disse que o redimensionamento da rede de saúde vai melhorar o atendimento à população. De acordo com Messina, nenhuma unidade de saúde será fechada, e a prefeitura buscará enxugar R$ 400 milhões no custeio com as Organizações Sociais. Segundo ele, haverá redistribuição de prioridades na atenção primária, com base no Índice de Desenvolvimento Social dos bairros da cidade, apurado pelo Instituto Pereira Passos (IPP).
“Hoje a rede de atenção primária está muito maior do que a prefeitura pode pagar e da necessidade de alguns bairros. Santa Cruz, por exemplo, tem 117% de cobertura, ao passo que regiões de baixo IDS, como Rio das Pedras e Cidade de Deus, também na zona oeste, não têm cobertura”, afirmou Messina.
Ele disse que há muito desperdício de dinheiro público em algumas áreas da cidade, e isso acaba no que se vê todo dia na imprensa: crise na saúde, porque não há dinheiro para pagar todas as contas. “O redimensionamento da rede de saúde é colocar a rede do tamanho que a prefeitura pode pagar, sem tirar assistência da população, mas cortando custos das organizações sociais”, afirmou Messina.