As contas externas brasileiras apresentaram resultado negativo em agosto. O déficit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações, chegou a US$ 717 milhões, segundo dados divulgados hoje (24) pelo Banco Central (BC). O resultado do mês passado superou o déficit registrado em agosto de 2017, de US$ 320 milhões.
Nos oito meses do ano, o resultado negativo chegou a US$ 8,901 bilhões, contra US$ 3,168 bilhões em igual período de 2017.
No mês passado, o superávit comercial (exportações de bens maiores que importações) contribuiu para reduzir o resultado negativo das contas externas, ao chegar a US$ 3,356 bilhões, mas ficou abaixo do saldo registrado em agosto de 2017 (US$ 5,330 bilhões). No acumulado do ano até agosto, o superávit comercial chegou a US$ 34,735 bilhões, ante US$ 46,306 bilhões.
A conta renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), que também faz parte das transações correntes, ficou negativa em US$ 1,607 bilhão no mês, e em US$ 22,980 bilhões de janeiro a agosto.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 267 milhões no mês e de US$ 1,692 bilhão nos oito meses do ano.
A conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) anotou saldo negativo de US$ 2,733 bilhões em agosto, e de US$ 22,349 bilhões nos oito meses do ano.
Investimentos
Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país (IDP), porque recursos são aplicados no setor produtivo.
Em agosto, esses investimentos chegaram a US$ 10,607 bilhões e nos oito meses do ano ficaram em US$ 44,379 bilhões. Esses resultados foram mais que suficientes para cobrir o déficit em transações correntes.