Garantir a segurança de quem vive em municípios que sofrem com alagamentos e enchentes é a meta de um projeto apresentado nesta terça-feira (18), no Palácio Piratini. O Plano Metropolitano de Prevenção contra Cheias vai contemplar 32 municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre. Por isso, os estudos de concepção – que são a primeira etapa do cronograma – foram entregues às prefeituras.
O plano se concentra em quatro grandes áreas, historicamente afetadas por cheias: Bacia do Rio Gravataí, Bacia do Rio dos Sinos, Sub-bacia do Arroio Feijó e Delta do Jacuí. Os estudos da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) foram feitos duraram três anos e apresentam alternativas, com seus respectivos custos, para reduzir os efeitos dos desastres naturais.
Os mapeamentos foram possíveis porque o governo estadual buscou recursos junto à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, do Ministério das Cidades. Até agora, foram investidos cerca de R$ 17 milhões de um total de R$ 258 milhões. As verbas serão utilizadas conforme o andamento das próximas etapas, que já seriam de intervenção estrutural, mas que ainda não têm data definida para começar. Neste momento, as informações vão servir, por exemplo, para saber onde pode e não pode haver expansão urbana, loteamentos, obras de contenção e construção de diques.
As ações devem beneficiar cerca de três milhões de pessoas da Região Metropolitana. O governador José Ivo Sartori destacou falou sobre o plano. “Os estudos mostram onde estão as carências das ações e o que precisamos fazer para reduzir os danos. Quando não se planeja nada, o custo é muito alto para remediar”.
Segundo o superintendente da Metroplan, Pedro Bisch Neto, é uma importante ferramenta para que o estado e os municípios se preparem para prevenir catástrofes. “Mostram as zonas de alagamento, a frequência e a intensidade das enchentes, as áreas que precisam ser preservadas para evitar danos ao patrimônio e, principalmente, às pessoas. E o mais importante é que, pela primeira vez, estamos dizendo qual é o custo de não fazer nada. Calculamos que, se nada for feito, o prejuízo chegará a R$ 5 bilhões na Bacia do Gravataí e a R$ 7 bilhões na Bacia dos Sinos nos próximos 30 anos. As obras que estamos sugerindo custam muito menos do que isso”, explicou Bisch Neto.
Durante os três anos de estudos, houve mais de 160 reuniões com as prefeituras das cidades impactadas. Para chegar ao diagnóstico, foram usadas técnicas como o aerofotogramétrico (sequência de fotos aéreas para fins de mapeamento) e o levantamento topobatimétrico (que avalia a profundidade dos cursos d’água). Para o prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier, o levantamento das informações é fundamental: “Temos que mapear os locais de risco, há muitas pessoas morando em margens de arroios, por exemplo. Se isso tivesse sido feito há 20 ou 30 anos, teríamos muito menos problemas hoje”, afirmou.