Foi condenado a 42 anos de prisão em regime fechado o homem acusado de ameaçar, extorquir e estuprar adolescentes. O réu Roger da Silva Pires, de 21 anos, cumpre pena na Penitenciária Estadual de Canoas 1. Ele foi preso em 2016.
As vítimas do criminoso eram meninas entre 13 e 15 anos de idade. As jovens conheceram Pires em shoppings, parques e festas após conhecerem o réu no Facebook ou WhatsApp. O homem que, na época dos primeiros crimes, tinha 18 anos de idade, adicionava as vítimas através de um perfil falso e iniciava conversas. Em algum momento, conforme o Ministério Público, o bate-papo deixava de ser amistoso e passavam a conter chantagens e ameaças.
Em alguns casos Pires usava a própria identidade e em outros se valia de uma fotografia de outro rapaz para enganar as adolescentes e até simular namoro. As extorsões começavam em seguida e aconteciam mediante diversos tipos de ameaças.
De algumas adolescentes, o réu obtinha fotos íntimas. Depois ameaçava publicar ou mostrar para os pais das meninas, que com medo, acabavam encontrando Roger. Em muitos casos, as vítimas acabavam sendo estupradas.
Conforme o MP-RS, em um dos casos adolescente que conheceu o criminoso num parque e, logo depois, foi embriagada e levada para casa dele, onde sofreu violência sexual. Outra vítima foi ameaçada de ter o namorado assassinado caso não mandasse fotos íntimas para o réu. Esta vítima, depois de sofrer abuso, acabou contando o que estava acontecendo para a família. Em outro caso, uma pagou quantia de R$ 140 para que o criminoso não publicasse as fotos na internet.
Para cometer os crimes, o agressor usava mais de dez diferentes chips de celular e, também, mentia ser filho de um desembargador Estadual. O criminoso usava isso para reiterar ameaças às jovens e seus familiares.
Pais precisam acompanhar as atividades dos filhos na internet, alerta promotor
O promotor de Justiça da Infância e da Juventude de Porto Alegre Júlio Almeida salienta que fevereiro é o mês da internet segura e que esse caso demonstra que os pais e responsáveis, cada vez mais, devem estar atentos ao comportamento dos filhos nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens.
“Os pais precisam acompanhar as atividades dos filhos na internet, em relações que sejam de confiança e de diálogo. Precisam orientar as crianças e os adolescentes para que não aceitem pedidos de amizade de estranhos e que, caso recebam pedidos de fotos ou dados particulares, avisem os adultos”, reforça o promotor.
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões, Denise Villela, destaca que a pena, neste caso, pode ser considerada exemplar. “É claro que é um somatório de penas de vários crimes que ele praticou contra crianças e adolescentes, mas, mesmo assim, é uma pena que serve não apenas para a punição do agressor, mas também como exemplo para que toda a sociedade saiba que esse tipo de crime tem uma punição alta”, disse.