O tradicionalista João Carlos D’Ávila Paixão Cortes, morreu na tarde desta segunda-feira (27), em Porto Alegre, aos 91 anos. Ele estava internado na CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Ernesto Dornelles desde 18 de julho.
O folclorista deixou a vida pública no ano passado, para cuidar da saúde. Côrtes havia passado recentemente por uma cirurgia após sofrer uma queda e fraturar o fêmur.
A morte de Côrtes foi declarada às 16h05 desta tarde. A causa, porém, não foi informada pelo Hospital.
O governo do Estado do Rio Grande do Sul decretou luto oficial de três dias. O Palácio Piratini será oferecido aos familiares para a realização do velório. Ainda não há informações sobre o sepultamento do folclorista.
Paixão Côrtes é um dos símbolos do tradicionalismo. Nasceu em Santana do Livramento, na Campanha, em 12 de julho de 1927. Aos 12 anos se mudou com a família para Uruguaiana, na Fronteira Oeste.
Formou-se em Agronomia na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Chegou a ser contratado da Secretaria de Estado da Agricultura. Também foi radialista e trabalhou na rádio Gaúcha entre as décadas de 1950 e 1960.
Mas o interesse pela cultura dos gaúchos sempre falou mais alto. Ainda na década 1940, formou o Grupo dos Oito. Em 1947, criou, com seus companheiros de pesquisa sobre as tradições, a Chama Crioula e, mais tarde, a a Ronda Crioula, embrião da Semana Farroupilha.
Côrtes foi o modelo para a execução da Estátua do Laçador, obra de Antônio Caringi, que representa o gaúcho. O monumento, feito nos anos 1950, está localizado ao lado do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na entrada de Porto Alegre.