A Espanha devolveu nesta quinta-feira (23) ao Marrocos os 116 imigrantes da África Subsaariana que ontem (22) pularam a cerca fronteiriça que separa o país norte-africano da cidade espanhola de Ceuta. O Marrocos aceitou readmiitir os imigantes, e a polícia espanhola cumpriu a tramitação habitual para expulsá-lo. Segundo fontes locais, tal procedimento é feito de forma individual, imigrante por imigrante, com assistência de advogados e profissionais de saúde.
Hoje mesmo, essas 116 pessoas retornaram ao Marrocos em grupos de 10, em virtude do acordo assinado entre a Espanha e o país norte-africano em 1992.
Durante a invasão, sete agentes da Guarda Civil espanhola sofreram ferimentos de diversa consideração, devido à fúria dos imigrantes, que, segundo as fontes, não puderam ser contidos. Os imigrantes utilizaram tesouras mecânicas, paus e objetos cortantes, cal virgem, ácido de bateria e excrementos, que foram lançados sobre os guardas, como já ocorreu na última invasão em massa, há quase um mês.
Os 116 imigrantes acessaram a cidade de Ceuta pela zona de Finca Berrocal, o mesmo lugar por onde 602 pessoas conseguiram entrar no dia 26 de julho. Com a invasão de julho, subiu para 1.400 o número de pessoas que entraram este ano na Espanha por essa via.
O Ministério do Interior espanhol reforçou, há algumas semanas, os efetivos da Guarda Civil de Ceuta com mais de 20 novos agentes, cinco veículos de apoio e um helicóptero com visão noturna e base permanente na cidade, um dispositivo que, de acordo com o governo espanhol, será ampliado de maneira progressiva.
Conforme os últimos números divulgados pelo Ministério do Interior, o total de imigrantes que chegaram à Espanha até o dia 15 deste mês, por mar ou pelas fronteiras terrestres, soma 29.541 pessoas, 16.443 a mais que no mesmo período do ano passado.