O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve vir a Porto Alegre no próximo dia 24 de janeiro para o julgamento, segundo deputado federal Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara. “Em primeiro lugar, nunca foi dito que ele iria. Desde o início, foi dito que se o presidente Lula tiver a oportunidade de se manifestar durante o julgamento, ele irá”, ressaltou.
O TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) vai julgar o recurso de Lula contra a sentença do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara de Curitiba (PR), que condenou o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava-Jato.
Segundo informações de pessoas próximas, existe a possibilidade de Lula acompanhar o julgamento em São Paulo. No mesmo dia do julgamento está prevista a realização de ato em favor do ex-presidente.
Perícia negada
O relator da Lava Jato no TRF-4, João Pedro Gebran Neto, negou um recurso da defesa do ex-presidente contra uma decisão do juiz Sérgio Moro que estende uma perícia sobre material enviado pela Suíça relativo à Odebrecht.
A documentação diz respeito ao caso em que o petista é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber R$ 12,5 milhões em propina da empreiteira. O suborno teria sido pago por meio de um apartamento vizinho ao imóvel onde ele reside, em São Bernardo do Campo (SP), de R$ 500 mil, e de um terreno em São Paulo que supostamente abrigaria seu instituto, de R$ 12 milhões.
Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, os papéis enviados pela Suíça foram extraídos da contabilidade informal da Odebrecht e serão analisados no processo, que está na primeira instância, na 13ª Vara Federal, em Curitiba.
Na visão da defesa de Lula, o material seria “prova nova”, e não haveria “autorização das autoridades suíças” para sua utilização no processo. No entanto, a solicitação foi negada por Gebran em caráter liminar. Segundo ele, a premissa que permitiu a perícia é “adequada”.