Cotidiano

MP e Polícia encontram ossadas em cemitério clandestino de Itaguaí

O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) e a Polícia Civil encontraram seis ossadas de corpos não identificados em um cemitério clandestino de Itaguaí, na região metropolitana do R...

O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) e a Polícia Civil encontraram seis ossadas de corpos não identificados em um cemitério clandestino de Itaguaí, na região metropolitana do Rio. As ossadas foram encontradas ontem (3), mas ação foi divulgada hoje e é um desdobramento da Operação Freedom, desencadeada na última quinta-feira contra integrantes de uma milícia que atua na cidade. 

O promotor de Justiça Jorge Luiz Furquim, integrante do GAECO/MPRJ, informou que será aberto procedimento para investigar as mortes das vítimas, após as identificações dos corpos. Furquim acrescentou que as investigações apontam que a autoria das mortes é da milícia que comanda a região, mas ainda não se sabe o motivo. “Vamos aguardar essa identificação, saber quem são essas pessoas e, a partir daí, solicitar instauração de inquérito junto à 50ª Delegacia de Polícia, responsável pelo caso, para punir os culpados”, disse.

O promotor de Justiça Fábio Correa de Matos Souza, membro do GAECO, que também participou da ação, acredita que essas “pessoas foram vítimas de acerto de contas, ou seja, tinham dívidas ou divergências com a milícia que atua no local”.

Milícia

O foco da Operação Freedom é o grupo criminoso organizado que atua em Itaguaí e, segundo o MPRJ, está migrando para a região da Costa Verde e em Piraí, no sul fluminense. De acordo com o órgão, a milícia opera em condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida. Aém de controlar a vida dos moradores, o grupo impõe regras e mantém laços com milicianos de Santa Cruz e Campo Grande, na zona oeste do Rio. A organização é apontada como responsável por homicídios na região de Itaguaí.

A denúncia indica ainda que o grupo explora jogos de azar, transporte público irregular, força a venda de água mineral em galões e de cigarros, sempre se valendo de violência armada e cooptação de órgãos e policiais.

Conforme o MPRJ, o policial militar Antônio Carlos de Lima, do 27º BPM, e o ex-policial militar Carlos Eduardo Benevides, expulso da corporação, seriam os comandantes do grupo, em parceria com a milícia chefiada por Welligton da Silva Braga, o Ecko. O sub-tenente do Exército Marco Antônio Cosme Sacramento também integra a organização criminosa. Na quinta-feira, foram presos nove dos 42 mandados de prisão.