Ana Amélia Lemos vai concorrer como vice na chapa de Geraldo Alckmin

A decisão dela causou uma série de mudanças no cenário eleitoral, com troca-troca de quem irá concorrer a várias posições nas eleições proporcionais e até quem disputa o Piratini.

A senadora Ana Amélia (PP) confirmou, nesta quinta-feira (2) que será a candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB-SP). A decisão dela causou uma série de mudanças no cenário eleitoral, com troca-troca de quem irá concorrer a várias posições nas eleições proporcionais e até quem disputa o Piratini.

Por horas, Ana Amélia evitou afirmar que aceita o convite do tucano paulista. Ela esperou até Alckmin e o presidente do PP decidirem sobre a coligação de forma definitiva. Embora tenha mostrado disponibilidade, a senadora disse que a “parceria não está totalmente sacramentada”.

Alckmin esteve na casa da senadora ontem, às 18h, e eles conversaram por cerca de 40 minutos. “Ele fez várias ponderações a mim e tivemos uma conversa muito franca”, disse. Menos de 24 horas, veio o anúncio, ao qual Ana Amélia definiu como uma das suas decisões mais difíceis na vida.

Atualmente senadora pelo Rio Grande do Sul, Ana Amélia tem 73 anos e é natural de Lagoa Vermelha. Jornalista, trabalhou por mais de 30 anos para o Grupo RBS, cobrindo os principais fatos políticos entre os anos de 1977 e o ano de 2010.

Em sua carreira política, foi ferrenha defensora do impeachment de Dilma Rousseff (2010-2016). No Senado, votou a favor da PEC do Teto de Gastos e pela reforma trabalhista. Apresentou 91 projetos de lei e 14 Propostas de Emenda Constitucional, presidiu a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e foi relatora de 509 matérias. Era favorita à reeleição.

O que muda no cenário político gaúcho

Com os novos arranjos, Luiz Carlos Heinze (PP) deixa de concorrer ao governo do Rio Grande do Sul para apoiar o candidato Eduardo Leite (PSDB), ex-prefeito de Pelotas, ao Piratini. O político ligado ao agronegócio deve concorrer ao Senado.

Embora outras questões também para serem resolvidas entre PP e PSDB, principalmente deputado estadual e federal, a principal mudança é que Jair Bolsonaro (PSL) perde uma forte aliada. Por outro lado, Carmem Flores, ex-PP e hoje no PSL, ganha espaço no palanque peesselista e vai poder concorrer ao Senado, coisa que não poderia fazer na aliança com o partido de Ana Amélia.

Outro que pode vir a perder força é o atual governador José Ivo Sartori (PMDB), que busca a reeleição. O PP era da base governista até pouco tempo e agora vai auxiliar na campanha de Eduardo Leite, principal rival – até o momento, diga-se – na disputa ao Piratini.