O artista plástico Antônio Dias morreu hoje (1°) aos 74 anos, na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, onde estava internado, vítima de complicações de um câncer no pulmão.
O paraibano Antônio Manuel Lima Dias aprendeu com o avô as primeiras técnicas de desenho, ainda em Campina Grande. Aos 14 anos, o artista deixou a Paraíba rumo ao Rio de Janeiro. No final da década de 1950, ele trabalhou como desenhista de arquitetura e gráfico.
“Hoje, trabalho de vez em quando. Não me interessa o ato de pintar em si. Pintar me chateia. Só pinto por necessidade de dizer. Considero a pintura uma profissão”, disse certa vez, durante uma exposição nos anos 1960. E foi considerado por muitos um líder e um parâmetro aos jovens artistas contemporâneos.
Em 1965, ele fazia primeira de suas viagens internacionais. Foi para Paris com uma bolsa de estudos, onde ficou três anos antes de seguir para Milão. O ciclo europeu terminou no início dos anos 1970, quando Antônio Dias foi para os Estados Unidos. Em 1971, editou o disco Record: The Space Between e inicia a série The Illustration of Art. Recebeu, em 1972, bolsa da Simon Guggenheim Foundation para trabalhar em Nova York.
A busca por novas técnicas levou o artista para a Índia e o Nepal, onde a partir de 1977 se dedicou ao estudo de produção de papel. Publicou em Katmandu o álbum Tramas, de xilografias. No final dos anos 1980, o artista fixou novamente residência na Europa. Primeiro em Berlim, na Alemanha, como bolsista do Deutscher Akademischer Austausch Diens. Em 1992, torna-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburgo, Áustria, e, no ano seguinte da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe, Alemanha.
Antônio Dias fez mais de cem exposições individuais em galerias do Brasil e do mundo. Há alguns anos descobriu um câncer no pulmão. O artista deixa esposa e duas filhas.