O aplicativo do Banco de Talentos, plataforma digital do Governo Federal para registro do currículo dos servidores, já está disponível no serviço Google Play, mas por enquanto apenas para cadastro de informações. Segundo o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, “em breve” será lançada a versão do aplicativo na App Store da Apple e, ainda neste ano, as funcionalidades para seleção de servidores ficarão disponíveis.
No início deste mês, o ministério publicou a Portaria nº 193, com o objetivo de facilitar a realocação de servidores e empregados públicos entre órgãos federais. A medida alcança funcionários civis que atuam no Poder Executivo e empresas públicas controladas pelo governo federal. Agora cabe ao próprio ministério o poder de gerenciar e autorizar ou não todos os processos de transferência de funcionários.
O Banco de Talentos tem o objetivo de facilitar essa movimentação, com inserção de informações profissionais pelos servidores. Essas informações podem ser usadas no processo de movimentação de pessoal entre órgãos e estatais. Esse banco ficará disponível para consulta pelos próprios órgãos interessados em determinado tipo de perfil funcional.
Na versão atual do Banco de Talentos, o servidor poderá incluir seus dados pessoais, formação, atuação profissional, talentos e uma carta de apresentação. Segundo o ministério, uma funcionalidade de pesquisa será incluída na próxima atualização do aplicativo, que está prevista ainda para 2018. Assim, será possível encontrar currículos e selecionar perfis a partir do Sigepe Banco de Talentos.
No aplicativo, não há a opção de excluir o currículo. Segundo o ministério, futuramente, o servidor e sua chefia poderão optar por permitir a utilização das informações apenas para proporcionar oportunidades de desenvolvimento, sem acesso livre aos dados por outros órgãos.
Na atual versão de lançamento do aplicativo, o servidor público federal ativo ou aposentado terá acesso apenas ao seu próprio currículo. Nas próximas versões, o acesso às informações constantes dos currículos poderá ou não ser liberado para os demais servidores públicos federais, ativos ou aposentados, a depender do interesse do próprio servidor e de sua chefia.
Ao baixar o aplicativo e fazer login, caso o servidor tenha currículo hospedado na plataforma Lattes, algumas informações serão preenchidas automaticamente no Banco de Talentos. As informações poderão ser ajustadas. As duas plataformas são integradas, com atualização automática quando uma delas é modificada.
O acesso ao Banco de Talentos é por meio da senha Sistema de Gestão de Acesso do Ministério do Planejamento (Sigac) ou de biometria para os dispositivos móveis cadastrados com a funcionalidade.
Segundo o ministério, o objetivo do Banco de Talentos é “tornar mais transparente os processos internos de seleção de servidores para funções e cargos comissionados e permitir uma visão integrada da força de trabalho do governo federal”. “Além disso, os órgãos e entidades poderão utilizar as informações divulgadas no Banco de Talentos para identificar e promover ações de desenvolvimento e qualificação do serviço público. A ferramenta está disponível para todos os servidores públicos federais”, disse o órgão, em nota.
O ministério informou ainda que nenhum servidor mudará de órgão “à revelia”. “Pelo contrário, este órgão central de gestão de pessoas concentra seu foco na eficácia dos processos de recrutamento e seleção, considerando todas as partes interessadas (demandante, servidor e unidade cedente)”, disse.
No site do ministério, é possível conferir perguntas e respostas sobre o Banco de Talentos e a portaria de movimentação de servidores.
Gestão centralizada de inativos
A facilidade para realocar serrvidores vai permitir ao ministério centralizar operações de concessões e pagamentos de benefícios de aposentadorias e pensões. Existem atualmente 400.067 aposentados e 240.445 pensionistas. “O projeto prevê a reorganização dos processos a partir de ações de padronização e informatização. Com isso, vamos especializar os servidores, resultando, no futuro, na redução da quantidade necessária de pessoas para atuar no setor. Além disso, a centralização vai permitir um planejamento melhor do orçamento”, diz o ministério.
Atualmente são 21 mil funcionários, em mais de 200 órgãos, para cuidar de ativos e inativos. Com a gestão centralizada dos inativos, o ministério estima redução nas áreas de gestão de pessoas em 50%, com a consequente realocação dos servidores.