O líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, conhecido na sua época de guerrilheiro como Timochenko, pediu perdão às vítimas dos sequestros cometidos entre 1993 e 2002 e às famílias, ao falar pela primeira vez diante da Jurisdição Especial para a Paz (JEP).
“Estamos condenados a realidades dantescas, das quais seguramente brotaram danos, dor, angústia e perdas irreparáveis a muitas famílias colombianas e estrangeiras. Pedimos perdão a todas elas”, afirmou Londoño em audiência nesta sexta-feira (13). No pronunciamento, Timochenko garantiu que os ex-combatentes das desmobilizadas Farc fariam “até o impossível” para que as vítimas “possam conhecer a verdade do ocorrido”.
Além disso, ele assegurou que as Farc assumirão “as responsabilidades” que lhes correspondem, contribuirão “até onde seja possível com sua reparação” e farão “tudo o que estiver ao alcance para que fatos dessa natureza jamais voltem a se repetir”.
A audiência de sexta-feira abriu formalmente o processo contra os ex-guerrilheiros, que assinaram um acordo de paz com o governo em novembro de 2016, e a primeira etapa da justiça transicional contra os principais comandantes da organização, agora transformada em partido político.
A Jurisdição Especial para a Paz é um mecanismo transitório que foi criado exclusivamente para conhecer as graves violações aos direitos humanos e infrações ao direito internacional humanitário cometidas durante os conflitos.
Além de Rodrigo Londoño, estiveram na audiência Pablo Catatumbo e Carlos Antonio Lozada, enquanto Jesús Santrich, que está preso em Bogotá, acusado de narcotráfico, participou por meio de videoconferência.
Os outros 28 líderes da antiga guerrilha das Farc convocadas pela JEP foram representados por advogados.