A 8ª Turma do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) negou hoje (11) pedido da filha de um foragido da Lava Jato para reaver o passaporte. O pai dela reside em Lisboa e é investigado na Operação Lava Jato como operador no repasse de propinas a ex-diretores da Petrobras.
Atualmente Raul Schimidt Felippe Júnior é considerado foragido. A defesa impetrou habeas corpus requerendo suspensão das medidas cautelares impostas pela 13ª Vara Federal de Curitiba à Nathalie Angerami Priante Schimidt Felippe, sob o argumento de que são falsas as alegações de que ela teria auxiliado na fuga do pai para o país europeu.
Conforme a decisão anterior, a acusada teria ajudado o pai a fugir, teria renovado o próprio passaporte, além de tentar obter visto de residência permanente em Portugal. Os advogados sustentam ainda que ela não poderia responder pelas condutas do pai.
Segundo o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Operação Lava Jato no tribunal, não há ilegalidade que justifique intervenção do tribunal. O desembargador ressaltou que há um “bom acervo probatório de que a relação entre pai e filha estende-se para além dos aspectos familiares, atingindo aspectos comerciais e financeiros”.
Foi mantida a retenção do passaporte dela e a proibição de que deixe o país. Na decisão, Gebran frisa que Nathalie teria sido a beneficiária final de comissões recebidas pelo pai decorrentes de corrupção em contratos da Petrobras, valores que teriam permitido a compra de um apartamento em Paris.
“Há indícios que essa movimentação financeira decorra de atos de lavagem de capitais, o que está a justificar as medidas judiciais cautelares”, concluiu o magistrado.