Plantão RS

Preso homem que atacou cinco pessoas com ácido em Porto Alegre

A Polícia Civil prendeu, no estado do Paraná, o "Maníaco do Ácido", responsável por ataques com ácido sulfúrico em Porto Alegre.

A Polícia Civil prendeu, no estado do Paraná, o Maníaco do Ácido, responsável por ataques com ácido sulfúrico em Porto Alegre. Foram cinco casos entre a noite de quinta-feira, 19 de junho, e a sexta-feira, 21 de junho. Quatro mulheres e um adolescente ficaram feridos. Algumas das vítimas podem ter danos irreversíveis na pele.

Conforme a Polícia Civil, o preso é o empresário do ramo do turismo Wanderlei da Silva Camargo Júnior, 48 anos. Ele foi preso na sexta-feira (4), no Paraná e confessou os ataques. A motivação apontada é torpe: convencer a ex-companheira, de quem já havia se separado, para morar com ele no Paraná.

O empresário premeditou todos os ataques e agiu sozinho, de acordo com a polícia. As vítimas foram agredidas de forma totalmente aleatória. Elas apenas passavam na rua no momento em que o preso resolvia fazer o ataque.

A intenção dele seria demonstrar para a ex-companheira que os locais onde ela vivia e trabalhava em Porto Alegre não eram seguros. Assim, pretendia convencer ela a morar com ele em Curitiba.

“Além do cumprimento do mandado de prisão preventiva, foram cumpridos outros três mandados de busca e apreensão, dois no Paraná e um na Capital. Foram apreendidos materiais que serão encaminhados à perícia para análise química, bem como equipamentos de informática. O preso também é suspeito de, alguns dias após os ataques, ter jogado uma carta incitando outras pessoas a praticarem o mesmo crime”, relatou a delegada Adriana Regina da Costa, diretora do DPM (Departamento de Polícia Metropolitana).

Placa adulterada

O Maníaco do Ácido, como ficou conhecido, usou três carros alugados para cometer os crimes. Um dos veículos, que foi flagrado por câmeras de videomonitoramento, tinha uma placa de outro carro, um Chevrolet Astra. O GPS dos três carros ajudou a Polícia a saber o trajeto do acusado. Da mesma forma, colaborou para a polícia conseguir identificá-lo.

“Foi realizado um minucioso trabalho de investigação para chegar ao criminoso. Imagens de circuitos de segurança de casas e prédios próximos aos locais dos ataques foram analisadas exaustivamente. Dessa forma a investigação conseguiu identificar que os veículos utilizados eram alugados. Ao analisar o GPS desses veículos comprovou que estavam nos locais e horários em que os ataques ocorreram”, afirmou a diretora.

Carta convocando novos crimes

A Polícia Civil também desvendou a origem de uma carta, arremessada para dentro de uma residência na rua Dona Zulmira, no bairro Cavalhada. O papel incitava continha ameaças e incitações para novos ataques. Os locais indicados para o cometimento dos novos crimes também tinham relação com a ex-companheira.

Os crimes

Os casos ocorreram na quarta-feira (19/6) à noite e na sexta-feira (21/6), pela manhã. O primeiro foi por volta das 23h10 do dia 19, na rua Santa Flora, no bairro Nonoai. Um homem de bicicleta jogou o líquido corrosivo no rosto de uma diarista, que teve 50% do rosto ferido. Logo após fugiu, enquanto a vítima sofria com as queimaduras da substância.

Os outros quatro ataques ocorreram em sequência, todos nas primeiras horas da manhã. Os dois primeiros na rua Francisca Prezze Bolognese, no bairro Aberta dos Morros, as 6h30 e as 6h40. Cerca de uma hora depois mais dois crimes, na rua Santa Clara, as 7h30 e 7h40.