A polícia desvendou uma trama para matar um empresário em Porto Alegre. O crime ocorreu no dia 12 de abril deste ano, no bairro Passo d’Areia, zona norte da Capital. O mandante do crime queria que a execução do sócio do marido parecesse um latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. A vítima do atentado, no entanto, sobreviveu. Um suspeito de participar do crime ainda é procurado.
Conforme a Polícia Civil, o alvo da execução era um empresário de 33 anos. Ele foi baleado no braço e no abdômen na avenida Tapiaçu, no Passo d’Areia, no dia 12 de abril.
A vítima foi socorrida em estado grave, mas sobreviveu ao ataque, ficando mais de 40 dias internada em estado considerado grave. O empresário passou por sete cirurgias e sequer conseguiu segurar no colo o filho pequeno, que tinha apenas 20 dias quando ocorreu o atentado. A vítima ainda deve passar por mais dois procedimentos operatórios antes de receber alta, o que ainda não tem data para ocorrer.
A Brigada Militar e a Polícia Civil acreditavam que o crime era um latrocínio pelas circunstâncias do crime. No entanto, as investigações mostraram uma trama para que outro sócio da agência ficasse de posse do empreendimento.
Trama desvendada
No dia do crime, testemunhas relataram à polícia que viram um homem abordar a vítima, atirar contra ela e depois fugir com uma mochila. Elas também destacaram que o bandido autor dos tiros teria conseguido embarcar em um carro. No entanto, não puderam precisar o veículo.
A Polícia Civil passou a investigar o caso e imagens de câmeras de videomonitoramento da região onde ocorreu a suposta tentativa de assalto foram analisadas. Os vídeos e a perícia da cena do crime mostraram o contrário: uma tentativa de execução. Os pertences teriam sido roubados para simular um latrocínio.
As investigações também identificaram saques nos cartões da vítima em caixas eletrônicos ocorridos na cidade de Canoas. De posse dessas informações, os policiais começaram a buscar câmeras do estabelecimento que pudessem ter gravado quem estava de posse das tarjetas.
O cruzamento dos dados e das imagens levou a um suspeito: Vinícius Soares de Souza, 26 anos, conhecido pela alcunha de “Nego Vini”. Ele foi flagrado realizando saques na mesma data e hora que os registrados no cartão do empresário baleado.
As investigações duraram três meses, onde os policiais tentaram descobrir a localização do acusado de realizar os tiros. “Nego Vini” acabou sendo localizado em uma pensão de Paranaguá, no estado do Paraná. Com antecedentes por agressão a uma mulher, roubo e tráfico, ele acabou confessando que recebeu dinheiro para matar o empresário.
Descoberta do mandante
Durante o depoimento, “Nego Vini” acabou confessando o motivo e quem era o mandante do crime. O pistoleiro e mais dois envolvidos foram presos.
O homem acusado de ser o mandante é Leandro Aparecido Caldas, 36 anos. Ele é esposo do outro sócio da empresa de viagens, que tem 70 anos, e que está muito doente. O crime teria sido encomendado, pelo que apurou a polícia, para que o acusado ficasse com o negócio apenas para si após a morte do companheiro.
Leandro foi preso em casa, em um condomínio da cidade de Canoas, a mesma onde vivia o pistoleiro. O plano dele era que o autor dos disparos simulasse um assalto que terminasse na morte do empresário. Por conta disso, o atirador estudou a rotina da vítima e cometeu o crime no fim da tarde de um sábado.
Além do bandido que atirou na vítima e do mandante, um terceiro homem foi preso. Ele foi detido com o celular do empresário baleado.
Um quarto envolvido ainda é procurado pela polícia. Seria um homem, conforme a polícia, chamado Dagoberto, que teria ajudado “Nego Vini” a fugir para o Paraná. Ele prestou depoimento na manhã desta segunda-feira. Ele também deve ser indiciado por participação na tentativa de homicídio.