A polícia tenta identificar o homem que atacou pelo menos cinco pessoas com um líquido corrosivo em Porto Alegre. Os ataques ocorreram na semana passada e deixaram moradores com medo de sair na rua. A Polícia já tem um perfil do suspeito, mas solicita a colaboração da população para encontrá-lo.
Os casos ocorreram na quarta-feira (19) à noite e na sexta-feira (21), pela manhã. O primeiro foi por volta das 23h10 do dia 19, na rua Santa Flora, no bairro Nonoai. Um homem de bicicleta jogou o líquido corrosivo no rosto de uma diarista, que teve 50% do rosto ferido. Logo após fugiu, enquanto a vítima sofria com as queimaduras da substância.
Os outros quatro ataques ocorreram em sequência, todos nas primeiras horas da manhã. Os dois primeiros na rua Francisca Prezze Bolognese, no bairro Aberta dos Morros, as 6h30 e as 6h40. Cerca de uma hora depois mais dois crimes, na rua Santa Clara, as 7h30 e 7h40.
Conforme o delegado Fernando Soares, da 13ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, nenhuma das vítimas se conhecia. Elas foram atacadas ao acaso pelo homem, que ainda não foi identificado. De acordo com o policial, o bandido agiu sozinho.
O policial aponta que os crimes, primeiramente registrados como “lesão corporal”, devem ser revistos quando o inquérito for fechado. “Em virtude da maneira cruel como aconteceu, sem chance de defesa para a vítima, quem sabe poderemos enquadrar até em outro tipo penal. Ou voltado para a tortura, ou alguma coisa nesse sentido”, destaca.
Perfil traçado
De acordo com o que apontam as investigações, o “maníaco do ácido” – como o caso vem sendo chamado nas ruas – seria um homem branco, magro, com aparência de 25 anos de idade. A Polícia se concentra em localizar câmeras de videomonitoramento que possam ajudar nas investigações. Um carro, um HB20 branco, que aparece em uma câmera já obtida pela 13ª DP, é a principal pista até o momento.
É a única imagem obtida pela polícia, até o momento, que mostra uma ação clara. Em outras, as imagens não são capazes de dar à polícia detalhes sobre o suspeito que aparece no vídeo, para confirmar se é o maníaco ou não.
Novos depoimentos e perícia
As vítimas dos ataques já prestaram depoimento à Polícia Civil. No entanto, duas delas voltaram a ser inquiridas sobre detalhes dos ataques que sofreram.
Ao mesmo tempo, a Polícia Civil encaminhou para perícia no IGP (Instituto-Geral de Perícias) as roupas usadas pelos atacados. Os técnicos vão buscar indícios sobre o líquido corrosivo usado para os crimes. A medida busca traçar que tipo de substância foi usada e, a partir daí, aprofundar as investigações.
Quem tiver informações que possam ajudar a Polícia Civil pode ligar para o telefone 197. A ligação é gratuita e o sigilo da fonte é garantido por lei. O autor da denúncia não precisa se identificar.