O comandante do Corpo de Bombeiros do estado do Rio de Janeiro, coronel Ronaldo Alcântara, afirmou na manhã desta segunda-feira (19), que não há mais reclamações de parentes ou conhecidos sobre possíveis desaparecidos nos escombros do prédio que desabou em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro, após uma forte explosão durante a madrugada. Sete pessoas ficaram feridas e foram levadas para o Hospital Souza Aguiar.
A causa do acidente vai ser investigada pela Polícia Civil mas, segundo Alcântara, indícios já apontam para a possibilidade de ter havido um escapamento de gás. “Nesse momento, nosso trabalho é focado na busca de vítimas. A posteriori, vamos ver nos nossos registros se havia documentação legal ou não dos estabelecimentos [comerciais do prédio]”.
José Augusto Cabral, dono da loja Cabral Esporte, que fica ao lado do restaurante que explodiu, afirma que já havia denunciado a presença de botijões de gás no local. “Quando estourou a loja na cidade [Restaurante Filé Carioca, em 2011], liguei para o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, porque sabia que havia vários botijões ali dentro. Eu pensei: ‘esse troço vai estourar e vai levar tudo'”, conta.
Os proprietários da pizzaria informaram que usavam gás em botijão, mas que as instalações estavam de acordo com as normas de segurança.
Alex Soares Costa é dono da loja Utilar, vizinha da drogaria atingida. Sua loja teve parte do telhado derrubado no incidente, além de paredes danificadas. Morador da região, Alex Costa conta que ouviu o estrondo: “Ouvi um barulho às três horas da manhã e, quando desci, a loja já estava pegando fogo, essa tristeza aí. Eu tinha até marcado de encontrar um funcionário para fazer uma pequena obra porque hoje a loja não iria abrir, por ser Dia do Comércio. Por sorte, foi em um horário que não tinha ninguém”.
Imóveis afetados
As equipes operacionais da prefeitura do Rio de Janeiro continuam mobilizadas no local da explosão em São Cristóvão, zona norte da cidade. Estão no local mais de 150 agentes da Defesa Civil, Guarda Municipal, Companhia de Engenharia de Tráfego (Cet-Rio), Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), Rio Luz e das secretarias municipais de Conservação e Serviços Públicos, Desenvolvimento Social e Ordem Pública.
A Comlurb já retirou mais de 50 toneladas de entulho dos escombros. Mais de 60 bombeiros permanecem na área, onde estão desde as 3h de hoje (19), quando houve a explosão que atingiu dezenas de imóveis. Dez imóveis apresentam riscos estruturais. Treze imóveis foram interditados por causa da possibilidade de desprendimento de material.
O subsecretário de Defesa Civil municipal do Rio, Márcio Motta, disse que 14 imóveis foram destruídos pela explosão na Rua São Luiz Gonzaga, em São Cristóvão. São eles a Drogaria Cristal, um restaurante, uma pizzaria, além de 11 quitinetes instaladas no fundo do prédio. Segundo Motta, 49 imóveis sofreram algum tipo de dano, com vidraças quebradas, como é o caso do Colégio Pedro II, que fica no bairro.
Grande explosão
A Defesa Civil municipal investiga se a explosão foi provocada por vários botijões de gás armazenados irregularmente em ambientes fechados, como estabelecimentos comerciais.
Segundo moradores da região, o barulho pôde ser ouvido na região do Sumaré, a 6 quilômetros de distância do local.
Os imóveis atingidos não eram ligados à rede de gás canalizado da concessionária de gás.