Justiça de Ibirubá condena cinco envolvidos na fraude do leite

A Justiça de Ibirubá condenou cinco envolvidos na fraude do leite, investigada pela 1ª fase da Operação Leite Compen$ado, deflagrada em 8 de maio de 2013. Rosilei Geller e Natália Junges foram sentenciadas a 2 anos e um mês de reclusão de reclusão em regime inicial aberto. Cleomar Canal deverá cumprir 9 anos; Senald Wachter, 8 anos e um mês; e Egon Bender, 8 anos e nove meses de prisão, todos em regime fechado. Eles foram condenados por fraude de produto alimentício, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
A sentença foi assinada pelo juiz Ralph Moraes Langanke que, no entanto, concedeu-lhes o direito de apelar em liberdade, já que responderam ao processo também em liberdade. Já haviam sido condenados anteriormente pela Leite Compen$ado João Cristiano Pranke Marx, Angélica Caponi Marx, João Irio Marx, Daniel Riet Villanova, Alexandre Caponi e Paulo Cesar Chiesa.
Para o juiz Langanke, não há dúvida dos crimes cometidos para fazer e mascarar a fraude. “Os elementos probatórios carreados ao processo demonstram a existência do vínculo associativo permanente entre os denunciados para a prática indeterminada de delitos de adulteração de leite e não, apenas, de uma reunião eventual de pessoas para a prática de um ou mais crimes. A prova dos autos, em especial, a advinda das interceptações telefônicas, não deixa nenhuma dúvida acerca da associação permanente, da existência do vínculo psicológico e da divisão de tarefas entre os réus”.
No processo relativo à 2ª fase da Operação, já foram condenados o ex-vereador de Horizontina Larri Lauri Jappe, além dos envolvidos no núcleo de Ronda Alta Daniel Riet Villanova, Antenor Pedro Signor e Odirlei Fogalli.
Como era o esquema da Leite Compen$ado
Conforme o MP-RS ( Ministério Público do RS), entre dezembro de 2012 a maio de 2013, o produtor rural Egon Bender forneceu notas fiscais para o transportador Cristiano Pranke Marx com valores adulterados, que eram pagas pela empresa Confepar. O valor excedente entre o volume captado e o entregue era distribuído entre a quadrilha. No período investigado foi “lavada” pelo bando a quantia de aproximadamente 27 mil reais.
O produtor rural Senald Wachter adulterava leite com água, adicionando ureia contendo formol para mascarar a fraude. Cleomar Canal era sócio de Alexandre Caponi na transportadora Três C e adulterava o leite dentro dos caminhões.
Rosilei Geller e Natália Junges trabalhavam no posto de resfriamento e atuavam como informantes da quadrilha, em especial sobre a chegada de fiscais do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) ao local.