Cotidiano

Um ano após a morte de Bernardo, a sociedade ainda quer respostas

Um ano. No dia 4 de abril de 2014, o destino do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, era selado. A madrasta, junto da amiga Edelvânia Wirganovicz, o levaria de Três Passos para a cidade vizinha de Frederico Westphalen para comprar um aquário. Ele foi com a dupla, mas não voltou. A dor da família só aumentava por causa do alegado sumiço do menino, até que dez dias depois, no dia 14, seu corpo foi encontrado em uma cova no interior da cidade de Frederico Westphalen.
O Estado e o Brasil ficaram chocados com a história que foi, aos poucos, sendo desvendada. A madrasta Graciele Ugulini levara não para comprar um aquário o enteado para a morte. A frieza dela e do pai, o médico Leandro Boldrini, levaram a polícia a suspeitar que o menino não tinha sumido, como o casal havia dito. Ele havia sido assassinado com uma injeção letal de um sedativo, o midazolan, segundo o que apuraram a Polícia Civil e o Ministério Público.
Não conseguimos ficar indiferentes
Nós todos sentimos a dor dessa tragédia familiar. O menino era renegado pelo pai e pela madrasta. Bernardo era humilhado constantemente, como ficou provado por meio de vídeos encontrados no celular de Leandro. A morte vinda através da injeção letal de midazolan foi apenas o último golpe.
Hoje, dia 4 de abril de 2015, aguardamos que a Justiça comprove e puna quem, de fato, realizou o crime. É necessário para que a história do menino Bernardo seja lembrada como um marco de justiça e não de esquecimento e letargia. Nós como sociedade precisamos pressionar para que as investigações vão até o fim.
Após um ano da tragédia, quatro pessoas estão presas por estarem, segundo as investigações, diretamente ligadas ao crime do desaparecimento e morte de Bernardo: o pai do menino, Leandro Boldrini; a madrasta Graciele Ugulini; a amiga dela Edelvânia Wirganovicz, e o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz.
Apenas lembranças
Para lembrar a data da morte de Bernardo, moradores de Três Passos irão fazer uma vigília na frente da casa onde Bernardo morava com o pai e a madrasta, em Três Passos. Amanhã, uma missa será celebrada, às 19h, na Paróquia Santa Inês. Após, uma procissão irá até a residência.
Tudo para lembrar do menino. O problema é que ele não está mais entre nós. Precisamos de respostas e está na mão da Justiça do RS o dever de nos entregá-las.