O rompimento de uma das cincos pás que formam a hélice é a provável causa da queda do helicóptero que matou o filho caçula do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz Alckmin, de 31 anos, e outras quatro pessoas. A Polícia Civil já sabe que as peças haviam passado por manutenção no dia do acidente.
A pá que se soltou da aeronave foi localizada por peritos da Aeronáutica por volta das 10 horas de sexta-feira, 3, a cerca de 200 metros do local da tragédia. Imagens gravadas por uma câmera de segurança mostram a queda brusca do helicóptero no condomínio e logo depois a peça caindo sobre o mato. “Depois que quebrou a hélice, ele perdeu o controle e caiu rodopiando”, disse Magno Santos, frentista que testemunhou o acidente.
Para um dos peritos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) que estavam no local, o rompimento da peça durante o voo ajuda a explicar a “queda incrivelmente vertical” da aeronave sobre a casa de Maura Fuchs. “Meu marido estava varrendo o jardim onde o helicóptero caiu. Ele ouviu o barulho e só deu tempo de correr uns três metros para não ser atingido.”
Seis minutos
O Airbus Helicopter EC 155, de fabricação francesa, decolou de um heliponto da Helipark, em Carapicuíba, às 17h02, para um voo de teste, segundo a empresa, e caiu seis minutos depois, de acordo com a Polícia Miliar.
“A pá desprendeu da cabeça do rotor e isso não é comum. Pode ter quebrado o parafuso de fixação, pode ter faltado o pino de segurança, são suposições. Mas uma das possibilidades mais prováveis para soltar a pá é a falta do pino, que pode ter ocorrido por falha humana, por não ter sido preso direito, ou porque o material veio com defeito”, disse o piloto Gustavo Penna, de 33 anos, que conhecia Thomaz havia seis meses.
“Quando uma das pás se solta, quebra ou parte, há um desbalanceamento da aeronave. Rompe, explode o motor. Vai desencadeando uma série de outras circunstâncias que culminam para a catástrofe final”, explica Carlos Camacho, ex-piloto e ex-diretor de segurança de voo do SNAS (Sindicato Nacional dos Aeronautas).
Thomaz era piloto havia cerca de três anos e trabalhava com o helicóptero da rede de farmácias Farmaconde, em São José dos Campos. A aeronave da empresa estava em manutenção e ele só entrou no voo trágico a convite do amigo piloto.
Cotidiano