A Prefeitura de Porto Alegre divulgou hoje que das 19 “Obras da Copa” que deveriam ser entregues até o Mundial de 2014, 12 ainda são dor de cabeça para a administração do município. Os trabalhos estão parados em função do não pagamento de dívidas, que somam R$ 45 milhões, segundo o Paço Municipal.
Conforme a PMPA, as pendências financeiras foram deixadas pela gestão anterior, de José Fortunati (PDT). O quadro piorou após o novo prefeito, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), emitir um decreto cortando pagamentos de fornecedores da administração municipal para saber para onde estavam indo as verbas da Prefeitura.
Dos R$ 45 milhões devidos, R$ 20,5 milhões são relativos aos pagamentos atrasados das sete obras concluídas: avenidas Beira Rio (Edvaldo Pereira Paiva) e Padre Cacique; viaduto Pinheiro Borda; viaduto da Júlio de Castilhos; viaduto da Bento Gonçalves e entorno do Beira-Rio.
Os outros R$ 24,5 milhões são das 10 obras que estão em “execução” e outras duas não iniciadas. Na lista das obras em execução está a Trincheira da Anita Garibaldi; Trincheira da Cristóvão Colombo; a da avenida Ceará; a primeira parte da duplicação da Voluntários da Pátria; o prolongamento da Severo Dullius; os corredores de ônibus da Bento Gonçalves, da Protásio Alves e o primeiro trecho do corredor da João Pessoa; e, ainda, os trechos 1, 2, 3, 4 da ampliação da avenida Tronco. As duas obras que não iniciaram a duplicação da Voluntários entre Ernesto Alves e Sertório e a Trincheira da Plínio, que depende de decisão judicial.
Levantamento feito pelo Plantão RS em janeiro apontava que sete obras ainda não haviam sido concluídas. A diferença de três obras para o relatório da Prefeitura se deve porque a gestão passada dava como concluídas os corredores da Bento e Protásio Alves e a Trincheira da Anita Garibaldi. As duas obras que não iniciaram não entraram no levantamento.
Conforme a Prefeitura de Porto Alegre, também fazem parte do montante da dívida quase R$ 6 milhões. Os valores estão atrasados desde dezembro de 2015 e são referentes ao pagamento das empresas que dão apoio à fiscalização das obras.
Para a entrega de todas as “Obras da Copa”, faltarão ainda os aportes financeiros da prefeitura para o pagamento daquelas que ainda estão em andamento e das não iniciadas, estimado em aproximadamente R$ 237 milhões. Até agora, foram investidos quase R$ 359 milhões e o custo total deve passar dos R$ 640 milhões.
Levantamento foi pedido por Marchezan e apresentado hoje
O levantamento das dívidas foi solicitado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior. O diagnóstico, divulgado em entrevista coletiva nesta quinta-feira (16) será utilizado para que os secretários municipais de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Elizandro Sabino, da Fazenda, Leonardo Busatto, e o procurador-geral do Município, Bruno Miragem, além dos técnicos das secretarias, analisem as medidas a serem tomadas.
De acordo com Busatto, a situação financeira de Porto Alegre é “grave” e exige medidas “fortes na gestão dos gastos e dívidas”. “Estamos trabalhando com critério de prioridade no pagamento das despesas para que os serviços essenciais à população não sejam prejudicados”, disse Busatto.
“A partir deste levantamento total dos valores para a conclusão das obras, será construído um plano de trabalho para definir o andamento das que faltam ser entregues, bem como um cronograma de pagamento de todas as obras”, informou o secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Elizandro Sabino.