Em nova fase da Lava Jato, PF investiga propinas na construção de Belo Monte

Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A Polícia Federal deflagrou hoje (16) a Operação Leviatã, para investigar esquema de pagamento de propinas a dois partidos políticos, por parte de empresas integrantes do consórcio construtor da Hidrelétrica de Belo Monte. Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Seis mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, estão sendo cumpridos. Eles são referentes a um inquérito instaurado a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato. As buscas ocorrem no Rio de Janeiro, em Belém e Brasília, nas residências dos investigados e escritório de trabalho.

As medidas decorrem de representação formulada pela Polícia Federal, que apura pagamento de propina no percentual de 1% sobre as obras civis da Hidrelétrica de Belo Monte, por parte das empresas integrantes do consórcio construtor. Entre os alvos das buscas estão Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), e o ex-senador Luiz Otávio de Oliveira Campos, do Pará.

Devido a segredo de justiça, as informações se restringem à nota divulgada pela Polícia Federal e não haverá coletiva de imprensa. O nome da operação decorre da obra “O Leviatã”, do filósofo Thomas Hobbes. Nela, ele diz que o “homem é o lobo do homem”, comparando o Estado a um ser humano artificial criado para sua própria defesa e proteção, pois se continuasse vivendo em Estado de Natureza, guiado apenas por seus instintos, não alcançaria a paz social.