A greve da Polícia Militar e da Polícia Civil, motivada pela insensatez do governo do Estado do Espírito Santo em se recusar a discutir reajustes salariais, deixa saldo de 90 mortos. O Exército, convocado ontem pelo governador para tentar contornar a crise, assumiu hoje a segurança pública.
Há cinco dias, o caos se instalou no Espírito Santo, após o início do motim de policiais militares, que estão aquartelados e sem fazer o patrulhamento nas ruas desde então. Já são mais de 1.800 praças para tentar debelar a onda de violência, com saques, tiroteios, e execuções em meio à rua.
Os 90 homicídios são muito mais que o habitual para o Estado. Em Vitória, o número de corpos na cidade já é sete vezes maior que a capacidade máxima do Departamento Médico Legal, que tem apenas 12 gavetas frigoríficas.
Desde domingo, os ônibus não circulam com regularidade na Capital e na região metropolitana. Moradores estão estocando comida em casa porque estão com medo de assaltos, que se tornaram frequentes, e dos tiroteios.