O Presídio Regional de Bagé foi parcialmente interditado nesta terça-feira (10), em razão da superlotação carcerária e da falta de segurança. O local foi parcialmente destruído em uma rebelião no mês de dezembro.
Com isso, foi determinada a remoção temporária de apenados das 2ª e 3ª galerias e do alojamento coletivo para outros estabelecimentos, além da vedação da entrada de novos presos (definitivos e provisórios). A medida valerá até que a situação da casa prisional seja recuperada pelo Estado.
A decisão é do Juiz de Direito Cristian Prestes Delabary, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Bagé, e atende ao pedido formulado pelo Ministério Público. De acordo com o magistrado, a casa prisional se encontra em condições precárias e inadequadas, não possuindo, até que seja efetuada a reforma necessária, condições de abrigar novos presos.
Motim causou destruição
Em 21 de dezembro, os apenados promoveram um motim que causou avarias em parte da estrutura física da casa prisional, depois que foi vedado o ingresso de visitas. Telhas, forro e paredes foram danificadas. Uma lona foi posta sobre parte do presídio para tapar os buracos.
Segundo informações da direção do Presídio, quando chove durante a noite, a energia elétrica é cortada para diminuir o risco de choque elétrico, ficando o presídio às escuras. “Ainda, a própria realização da reforma emergencial, dada a superlotação e as condições físicas do presídio, restaria inviabilizada com a manutenção da atual população carcerária”, afirmou o magistrado.
Transferências temporárias
De acordo com a decisão judicial, serão transferidos, no mínimo, 150 apenados, conforme pedido do Ministério Público. Os problemas estruturais mais graves ocorreram nas 2ª e 3ª galerias, bem como no alojamento coletivo. A 2ª galeria possui 13 celas e 85 presos. A 3ª galeria tem seis celas e cerca de 40 detentos. Já o alojamento coletivo abriga em torno de 60 apenados.