O fechamento do frigorífico da Marfrig em Alegrete, na região da Fronteira Oeste, causará a demissão de 648 funcionários. A produção será encerrada a partir do dia 3 de janeiro de 2017 por decisão da empresa, que alega falta de matéria-prima na região.
O presidente do Sindicato da Indústria e Alimentação de Alegrete, Marcos Rossi, afirmou em entrevista à Rádio Minuano, de Alegrete, que a instituição está tomando medidas para tentar reverter a decisão. “Não sabemos como vão acontecer as coisas daqui pra frente. Desde já estamos convocando todos os trabalhadores para, unidos, manter essa planta em funcionamento”, afirmou.
Com capacidade para processamento diário de 700 cabeças de gado, o empreendimento era a segunda empresa em número de funcionários na cidade. A empresa usa o argumento de falta de gado para abate para justificar férias coletivas para funcionários desde 2014.
“O que mais nos preocupa é que a empresa [Marfrig] diz que ao não estar mais em Alegrete, a planta poderia estar liberada e em condições de outras pessoas ou outro grupo assumir e retomar as atividades”, afirmou o presidente. Ele também afirmou que não há falta de gado para abate.
Rossi diz que já há encaminhamento de ações no Ministério Público do Trabalho contra a decisão da Marfrig. Em 2014, o TRT-4 (Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região) teve que mediar tentativas da empresa de fechar as portas e demitir funcionários. Em um acordo entre as partes, ficou acertado que a empresa não fecharia as portas em 2016.