Cotidiano

Seis pessoas são presas em operação contra fraudes em bolsas de estudo na UFRGS

Seis pessoas foram presas em uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes e desvios de recursos em bolsas de estudo na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). A Operação PhD foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (9).

Segundo a PF, os agentes investigam irregularidades envolvendo bolsas de estudos e programas de ensino ofertados pela universidade pública na área da Saúde Pública, através da Escola de Enfermagem.

Quatro docentes da UFRGS foram presos temporariamente, sendo três diretamente ligados à UFRGS e uma quarta professora da Unisinos, que prestava serviço para o programa de pós-graduação em Saúde Coletiva, vinculado à faculdade de enfermagem da UFGRS.

Também foram presas uma servida pública de carreira da UFRGS e uma funcionária terceirizada. Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão, 10 de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. Foram realizadas buscas em Porto Alegre, Canoas e Pelotas.

A operação também apura irregularidades na Faurgs (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Um médico, ex-secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde e titulado mestre pela UFRGS, foi conduzido para prestar depoimento na delegacia.

Segundo a Polícia Federal, o esquema funcionava desde 2013, botando sob suspeita projetos que somam R$ 99 milhões. A PF já confirmou o desvio de R$ 5,8 milhões e informou que os professores matriculavam alunos fantasmas, que recebiam bolsas de até R$ 6,2 mil, mas não frequentavam as aulas dos cursos. O dinheiro era repassado parcialmente ou integralmente para os coordenadores dos cursos de pós-graduação.

Cem alunos podem estar envolvidos no esquema, que também inclui pagamento irregular de diárias e de prestadores de serviços, além de diversas regalias para os professores universitários suspeitos.

A Operação Phd investiga os crimes de associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação. Todos os presos prestaram depoimento. A Polícia Federal agora investiga o tamanho do esquema, que pode ter se espalhado para outras universidades.

A UFRGS ainda não se manifestou.