Pela segunda vez em menos de sete dias presos estão sendo mantidos dentro de camburões da Brigada Militar por falta de vagas nas carceragens de delegacias. Na semana passada, um preso ficou mais de 40 horas esperando dentro de uma viatura até ser removido para o xadrez.
No Palácio da Polícia (sede da Polícia Civil), dois presos estão há mais de 24 horas esperando por vagas para que sejam autuados e conduzidos para presídios. Conforme a própria Polícia Civil, ainda há mais três presos na Capital aguardando por viaturas. No entanto, o número de presos em viaturas no Palácio da Polícia chegou a cinco.
Na carceragem da 2ª DPPA (Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento), há 16 presos. Não há mais espaço para outros entrem no local porque os que já detidos ameaçaram de agredir e espancar os novos presos na entrada. Em setembro, um preso foi agredido no local, que estava superlotado.
Há ainda outro preso esperando em uma viatura da Brigada Militar, na 3º DPPA, no bairro Navegantes, zona Norte de Porto Alegre. Dentro do xadrez da delegacia já estão oito e outros dois estão em hospitais.
Problema também na região metropolitana
Conforme levantamento da reportagem junto à Polícia Civil, são 15 presos na DPPA de Canoas; 13 em Novo Hamburgo e dez em São Leopoldo. Também na semana passada, presos ficaram esperando vagas na carceragem dentro de viaturas.
Procurada a Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) disse que aguarda a liberação de novas vagas no sistema prisional gaúcho. Conforme levantamento do governo do Estado, faltam 11 mil vagas nas casas prisionais. Há estimativa de construção de mais 6 mil, mas nenhuma foi aberta desde a decretação de situação de emergência pelo Piratini.