Expansão do Trensurb é um dos cinco contratos investigados pela Lava Jato no RS

Conforme as investigações da Lava Jato, há vários indícios que apontam para pagamento de propina para que contratos com a Odebrecht para que as obras saíssem do papel.

Cinco obras realizadas no Rio Grande do Sul nos últimos anos estão na mira da Operação Lava Jato. Entre as obras investigadas estão a ampliação da linha do Trensurb e a construção da barregem do Taquarembó, entre Dom Pedrito e Lavras do Sul.

Conforme as investigações da Lava Jato, há vários indícios que apontam para pagamento de propina para que contratos com a Odebrecht para que as obras saíssem do papel. Os “benefícios” eram creditados através de vantagens para políticos, servidores públicos e operadores do esquema de lavagem de dinheiro.

Os dados surgiram em e-mails trocados pelo setor secreto de “Operações Estruturadas” da Odebrecht, que realizava pagamentos para os “beneficiados” através de superfaturamento das obras através de aditivos contratuais. Como os dados ainda precisam ser mais aprofundadamente investigados, a PF não divulga detalhes da investigação.

As obras investigadas

Foto: Trensurb/Divulgação

A primeira obra investigada é a expansão do Trensurb entre São Leopoldo e Novo Hamburgo, que custou R$ 881 milhões e demorou três anos para ficar pronta. Foram construídas cinco estações pelo consórcio Odebrecht/Andrade Gutierrez/Toniolo Busnello/T’Trans. Além de superfaturamento da obra, é investigado um dirigente da empresa, um deputado federal e um ministro por recebimento de propina. As identidades não foram divulgados.

Na obra da represa de Taquarembó, na Campanha, são investigados superfaturamentos e pagamentos de propina. Prevista para custar R$ 52 milhões, a barragem vai custar R$ 150 milhões e ainda não foram concluídas porque estão paradas há um ano. Ex-integrantes do governo Yeda Cruzius (2007-2010) teriam sido “beneficiados” pelo esquema da Odebrecht. Uma investigação sobre as fraudes nos contratos da barragem condenou a quatro ex-integrantes do governo.

Sem grandes indícios de corrupção, mas sob suspeita estão a ampliação dos molhes da barra de Rio Grande, a dragagem do canal do superporto e as obras da Terceira Perimetral em Porto Alegre.

Foto: Eduardo Seidl/Arquivo Palácio Piratini