OPERAÇÃO REGENERARE

Polícia Civil investiga empresários que simulavam competitividade em pregões eletrônicos no RS

Policiais cumpriram mandados e bloquearam ativos em investigação sobre esquema de manipulação de licitações.

Crédito: Polícia Civil / Divulgação
Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta (12) a Operação Regenerare, que investiga empresários que teriam fraudado o caráter competitivo de licitações. A ação ocorreu em Porto Alegre, na região metropolitana e no litoral, e envolveu 60 policiais e 15 viaturas.

Os policiais cumpriram dez mandados de busca e apreensão. Ao todo, R$ 60 milhões em ativos financeiros foram bloqueados e imóveis e veículos vinculados aos investigados foram indisponibilizados.

A investigação apura um esquema estruturado de manipulação de certames — principalmente pregões eletrônicos e cotações eletrônicas de preços — usados pelo Governo do Estado para contratar serviços terceirizados, como limpeza, copa, merenda e cozinha. De acordo com o inquérito, um conjunto de empresas teria atuado de forma coordenada para simular competição. Dessa forma, impedia a livre concorrência e direcionava os resultados em dezenas de certames.

Os indícios iniciais surgiram de análises técnicas da CRPJ (comissão conjunta entre a Procuradoria-Geral do Estado e a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado), com apoio de dados da Celic (Central de Licitações do Estado).

A investigação identificou padrões anômalos, como participação simultânea de empresas a partir de um mesmo endereço de IP; variações sincronizadas de sócios e administradores; revezamento na apresentação de propostas; e vínculos pessoais e operacionais entre integrantes das empresas investigadas.

Conforme as apurações conduzidas pelo Dercap (Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública), esses elementos apontam para a atuação de um grupo empresarial ou econômico único. Mas que, para mascarar suas atividades, teria utilizado interpostas pessoas — conhecidas como “laranjas” — em parte dos quadros societários para ocultar os beneficiários finais.

De acordo com a Polícia Civil, o bloqueio de ativos e a indisponibilização de bens visam garantir a efetividade de medidas cautelares e preservar valores que podem ser objeto de devolução ou indenização em eventuais ações judiciais e processos administrativos.

A operação segue em investigação, com possibilidade de novos desdobramentos e medidas judiciais à medida que as apurações avançarem.

Seu negócio no Agora RS!

Fale com nosso time comercial e descubra como veicular campanhas de alto impacto, personalizadas para o seu público.