CONSORTIUM II

Polícia combate esquema de comércio de consórcios fraudulentos em Passo Fundo

Entre os lesados estão vítimas das enchentes de 2024 e produtores rurais atingidos pelas secas recorrentes no estado

Foto: Polícia Civil / Divulgação
Foto: Polícia Civil / Divulgação

Atualizada às 9h45

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (4) a Operação Consortium II, no combate a um grande esquema de comércio fraudulento de consórcios identificado no Rio Grande do Sul. A ação se deu por meio da Delegacia de Polícia de São Francisco de Assis. Os policiais já prenderam sete pessoas.

Três policiais militares estão entre os alvos. Segundo a Polícia Civil, a suspeita é que os brigadianos faziam a segurança do envio de malotes quando não estavam em serviço.

A ação de hoje é uma nova etapa de uma investigação robusta que mira um esquema criminoso altamente estruturado, em atuação contínua há quase uma década. O esquema se estende com ramificações pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Amazonas e Minas Gerais. Conforme Polícia Civil, os investigados tinham como especialidade estelionatos mediante falsas cotas de consórcio contempladas e promessas de contemplação rápida.

“As vítimas incluem produtores rurais, empresários, autônomos e pessoas em situação de extremo sofrimento econômico, muitos deles atingidos por eventos climáticos recentes. Vítimas das enchentes que devastaram o RS em 2024 e produtores rurais gravemente atingidos pelas secas recorrentes no estado também foram atingidos pelo grupo criminoso, que se aproveitava da fragilidade emocional e financeira dessas famílias”, disse o Delegado Marcelo Batista Clerici, titular da DP/São Francisco de Assis.

A fase operacional de hoje ocorreu na cidade de Passo Fundo, epicentro de diversas empresas vinculadas ao grupo investigado. Aproximadamente 200 policiais civis cumpriram 46 ordens judiciais.

Os agentes cumpriram mandados de prisão e mandados de busca e apreensão em residências e empresas. Além disso, sequestraram 37 veículos de luxo, com preço estimado em R$ 15 milhões, e bloquearam de mais de 37 contas bancárias, com cifras milionárias determinadas pela Justiça, e, por fim, bloquearam criptomoedas no valor de R$ 170 milhões.