VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Professor de Direito é indiciado por crimes sexuais após investigação da Polícia Civil

Inquérito reuniu depoimentos de 18 vítimas e resultou no indiciamento por 24 ocorrências entre 2013 e 2025.

Crédito: Polícia Civil / Divulgação
Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurou denúncias de crimes sexuais atribuídos ao professor de Direito Conrado Paulino da Rosa. Ele foi indiciado por 24 ocorrências que teriam ocorrido entre 2013 e 2025. O inquérito reuniu depoimentos de 18 vítimas e 16 testemunhas, além de perícias e exames. A 19ª vítima não quis prestar depoimento.

O investigado permanece monitorado por tornozeleira eletrônica. A defesa não se manifestou.

Conforme a Polícia Civil, as denúncias tratam de estupro, violência durante relações sexuais e violência psicológica. Em outubro, agentes cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento dele, em Porto Alegre, onde foram recolhidos computadores, celulares e documentos.

A investigação aponta relatos semelhantes entre si. O caso segue sob sigilo.

Medidas cautelares

A Justiça do Rio Grande do Sul havia determinado restrições como monitoramento eletrônico, comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com vítimas e testemunhas, recolhimento domiciliar noturno e proibição de deixar a comarca de Porto Alegre. Também foram impostas retenção de passaporte e impedimento de frequentar instituições de ensino superior, congressos e simpósios.

Atuação acadêmica

O professor foi desligado da FMP (Fundação Escola Superior do Ministério Público) em setembro. A instituição informou que a decisão teve caráter administrativo. Ele lecionava graduação e mestrado, coordenava pós-graduação em Direito de Família e Sucessões e presidiu o IBDFAM-RS (Instituto Brasileiro de Direito de Família no Rio Grande do Sul).

Por meio de publicação em rede social, o investigado declarou confiar na apuração.

Denúncia motivou investigação

O inquérito que embasou a prisão do professor foi instaurado após denúncia anônima. A Polícia Civil afirma ter identificado padrões nos relatos, que mencionam abuso de poder e coação.

No dia 3 de outubro, celulares e documentos foram apreendidos na residência do investigado, no bairro Petrópolis, com acompanhamento da Comissão de Prerrogativas da OAB-RS.

A defesa classificou a prisão como “desproporcional” e reforçou que o investigado cumpria as medidas impostas. A representação das vítimas afirmou que as decisões judiciais foram técnicas e necessárias para garantir segurança às denunciantes.