
Uma audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (25), no Salão de Atos da Universidade Feevale, reuniu moradores, prefeitos, vereadores, deputados estaduais e representantes de entidades para discutir a proposta de instalação de novos pedágios na região dos Vales e metropolitana. O encontro concentrou críticas ao plano de concessões do Bloco 1, apresentado pelo Governo do Estado, e destacou o impacto econômico e social do modelo.
Prefeitos da AMVAG (Associação dos Municípios do Vale Germânico), que representa 14 municípios dos Vales dos Sinos e do Paranhana reafirmaram oposição ao projeto. Pela proposta, está prevista a implantação do sistema free flow principalmente na ERS-239 e na ERS-115. Segundo as lideranças, a cobrança eletrônica multiplicada por pórticos “elevará os custos de deslocamento” e “reduzirá a competitividade regional”.
Deputados estaduais de diferentes bancadas também criticaram o projeto. Entre os argumentos, foram citados o acúmulo de impostos já pagos, a possibilidade de alternativas públicas para obras e a ausência de intervenções estruturais relevantes no modelo atual, como os viadutos da ERS-239 nos trechos de Campo Bom, Araricá e Nova Hartz. Parlamentares pediram a suspensão do programa de concessões ou a revisão integral do Bloco 1.
Crítica a falta de diálogo e de obras prometidas
Entre os principais pontos citados, estiveram a falta de diálogo prévio com as prefeituras, a previsão de até seis pórticos no trajeto até Gramado e a ausência de obras prometidas pela EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) na ERS-239, como passarelas e retornos. As manifestações foram encaminhadas aos secretários estaduais Pedro Capeluppi (Reconstrução Gaúcha) e Caio Tomazeli (Comunicação), que representaram o Executivo.
O presidente da CDL Sapiranga, Ademir Gerson Deitos, alertou para o impacto financeiro direto sobre o comércio e os serviços. Ele citou que um trabalhador que faça diariamente o trajeto Taquara–Novo Hamburgo poderá gastar cerca de R$ 600 por mês apenas com pedágio. A entidade também destacou que novos pontos de cobrança retiram recursos que hoje circulam na economia local.
A análise técnica apresentada pelo reitor da Universidade Feevale, José Paulo da Rosa, apontou efeitos negativos sobre a mobilidade estudantil e sobre o ambiente de negócios, que depende de produtividade e acesso à educação. Segundo ele, as tarifas podem encarecer deslocamentos para instituições de ensino da região.
O que prevê o plano do governo
O projeto do Bloco 1 prevê a concessão de trechos rodoviários por 30 anos, com cobrança automática de tarifas, tarifas diferenciadas por horário e execução de duplicações, terceiras faixas e obras de segurança financiadas pelos usuários. A modelagem é apontada por municípios e entidades como onerosa e inadequada ao perfil socioeconômico da região.
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