Mais de 70 prefeituras podem parcelar salários por causa da crise, diz Famurs

A crise econômica causada pela recessão na economia brasileira e gaúcha pode causar um “efeito cascata” de parcelamento de salários. Segundo levantamento da Famurs (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul), ao menos 73 municípios podem ter que parcelar salários para poder arcar com suas atribuições.
A situação dos municípios tem se agravado com a redução dos repasses, em primeiro lugar da União e, depois, pelo Estado. O número consta em uma pesquisa feita pela Federação com 316 respostas. O número de municípios em risco representa quase 25% do total de respostas.
“Não há orçamento que resista a uma queda de R$ 209 milhões somente no primeiro semestre”, afirmou Luciano Pinto, presidente da Famurs. O corte de orçamento da União pode atrapalhar a continuidade de programas sociais e até a manutenção de hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo o presidente da Federação, a crise também tem impossibilitado até o reajuste dos salários dos servidores. A maioria das prefeituras – 64% – ainda conseguiu conceder reajustes iguais à inflação. Mas outras prefeituras – 24%, ou 75 cidades – tiveram que conceder reajustes menores que a variação da moeda.
O levantamento aponta que o Estado possui, pelo menos, R$ 300 milhões em atraso com os municípios na área da saúde.
O parcelamento de salários já não é uma novidade no campo estadual. O governo de Yeda Cruzius (PSDB, 2007-2010) e de José Ivo Sartori (PMDB, 2015-atualmente) usaram do expediente. No caso do peemedebista, a última vez foi no final do mês, quando foi depositado apenas R$ 980 nas contas dos servidores.