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"Bom Menino": um terror bom pra cachorro

Venho comentando da variedade dos filmes de terror nesse ano. "Bom Menino" é um longa que vai no sentido oposto da grande maioria.

Crédito: Paris Filmes / Divulgação
Crédito: Paris Filmes / Divulgação
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Olá, meus amantes de cinema! E para você que assim como eu, fica todo bobo quando vê um doguinho na rua, hoje nossa conversa vai ter um personagem tão fofo que dá vontade de atravessar a tela para apertar. Nem parece que vamos falar sobre filme de terror, não é mesmo? Então, pegue sua bebida favorita, um snack para seu pet, e vamos conversar sobre “Bom Menino” (Paris Films, 2025).

Já não é de hoje que venho comentando da variedade dos filmes de terror nesse ano. Inclusive, te convido a conferir nossas outras conversas, caso tenha perdido alguma. Nesse caso “Bom Menino” é um filme de terror diferente, porém eficiente. É um longa que vai no sentido oposto da grande maioria. Sem cenas de exorcismo, monstros ou algo qualquer sendo jogado do nada em tela. Ou histórias que andam em círculos e não chegam em lugar algum e sem os aqueles jumpscares forçados.

Ele pega uma temática que – querendo ou não – nós já pensamos em algum momento das nossas vidas: de que os pets, nesse caso um cachorro fofo, sentem algo. Nesse caso, vamos conhecer Indy, o doguinho fofo e carismático, e entender que, de fato, os pets conseguem perceber as coisas. Seja um clima estranho no ar, a presença de alguém que não deveria estar ali e até mesmo de um perigo iminente. Acredito que depois de assistir ao “Bom Menino”, você vai ficar com um ar de questionamento quando seu pet ficar encarando o “nada”.

Uma premissa simples, que poderia dar muito errado… Mas que felizmente consegue construir uma boa história, nos deixando muitas vezes inquietos, angustiados, realmente preocupados com o que pode ou não acontecer com Indy. E aqui temos um diferencial desse filme: o nosso personagem principal é o doguinho. E nós vamos acompanhar tudo em sua perspectiva e – o mais curioso – sem fala alguma.

Na maioria dos filmes em que o personagem principal é um pet, acabam usando de diversas formas para fazer ele “falar”. Seja tornando o personagem mais Disney e cartunesco, ou com um efeito de computador duvidoso. Em outros exemplos, temos os pets que “falam”, enquanto os humanos só ouvem os latidos. Ou até mesmo quando chamam algum ator – com uma voz estilo Tom Hanks – para fazer a narração dos pensamentos do animal.

Em “Bom Menino” não. O Indy não fala. Mas o filme se constrói tão bem, que conseguimos sentir e entender tudo o que ele está passando. Mencionei antes que não temos fala alguma. Por óbvio, os seres humanos conversam normalmente. Porém, eles estão tão em segundo plano, que de início me senti assistindo “Tom & Jerry” (MGM/Warner Bros.). Porque o rosto dos humanos, principalmente do tutor do Indy, não aparecem completamente. É aquela situação que você vê os humanos somente do queixo para baixo. Nosso ponto de vista é realmente do doguinho.

Ele é um bom filme de terror/suspense. Foge dos estereótipos comuns do gênero. Consegue construir algo muito bom e coerente. E quando você percebe: já acabou. “Bom Menino” certamente entra na lista dos bons filmes do gênero nesse ano. Mas admito, ver o Indy com medo ou aflito em tela me dava uma vontade de atravessar a tela para acolher ele.

Por hoje é isso, meus terrorzinhos!Espero vocês no nosso próximo papo sobre cinema. Um grande abraço do Thi!