VATICANO

Papa Leão XIV se reúne com vítimas de abusos pela 1ª vez

A informação foi divulgada pela associação Ending Clergy Abuse (ECA), entidade criada para combater crimes sexuais no clero

Foto: Vatican News / Divulgação
Foto: Vatican News / Divulgação

O papa Leão XIV se encontrou no Vaticano com um grupo de vítimas de abusos sexuais por parte do clero, poucos dias depois de um relatório da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores apontar “retaliações perturbadoras” contra sobreviventes na Igreja Católica.

É a primeira vez que se tem notícia de um encontro do pontífice americano, no poder desde maio passado, com vítimas de abusos. A informação foi divulgada pela associação Ending Clergy Abuse (ECA), entidade criada para combater crimes sexuais no clero.

É um passo histórico e cheio de esperança, em direção a uma maior cooperação”, diz uma nota da ECA, que representa sobreviventes de mais de 30 países, sobretudo dos Estados Unidos. “Foi uma conversa profundamente significativa”, ressaltou Gemma Hickey, presidente do conselho da associação e proveniente do Canadá.

“Os sobreviventes buscaram por muito tempo um lugar na mesa de negociações, e hoje sentimos que somos ouvidos”, acrescentou.

Segundo a ugandense Janet Aguti, vice-presidente do conselho da ECA, o objetivo da reunião não foi apenas demonstrar as preocupações das vítimas, mas também “explorar como se pode colaborar para garantir a proteção das crianças e dos adultos vulneráveis em todo o mundo”.

“A Igreja tem responsabilidade moral de apoiar os sobreviventes e evitar danos futuros. Nossa meta é a transparência, a vontade de caminhar juntos rumo a soluções”, acrescentou o americano Tim Law, cofundador e também membro do conselho da entidade.

No último dia 16 de outubro, a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, criada pelo finado papa Francisco para combater a praga dos abusos sexuais na Igreja, divulgou um relatório com “relatos perturbadores de retaliação” por parte de prelados contra sobreviventes que denunciaram abusos sexuais.

“Escutar os sobreviventes é o primeiro passo rumo à realização de uma Igreja cada vez mais segura para nossos filhos. Precisamos dar uma resposta honesta às incontáveis vítimas que tiveram a coragem de lançar o alerta sobre os abusos, apesar dos obstáculos inimagináveis”, alertou a jurista Maud de Boer-Buquicchio, responsável pelo documento.

O colegiado é formado por religiosos e leigos especialistas no campo da proteção aos menores, como o brasileiro Nelson Giovanelli Rosendo dos Santos. Em 2022, Francisco integrou a comissão ao governo da Santa Sé e pediu relatórios periódicos sobre os progressos realizados.

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