
O governo de Israel aprovou, na noite de quinta-feira (9), a primeira fase do plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar o conflito na Faixa de Gaza. Isso marca o início oficial do cessar-fogo com o Hamas.
Cinco ministros dos partidos ultranacionalistas, liderados por Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças), votaram contra o acordo. Eles defendem posições mais radicais, como a anexação da Cisjordânia e a expulsão dos palestinos do enclave. Ainda assim, o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu aprovou a proposta por maioria.
Em nota, o governo israelense confirmou: “O gabinete acaba de aprovar as diretrizes para a libertação de todos os reféns, tanto os vivos quanto os mortos”.
Com a aprovação, as IDF (Forças de Defesa de Israel) terão até 24 horas para recuar para trás da chamada “linha amarela”. Isso abrange um perímetro entre 1,5 km e 5 km da fronteira de Gaza. Essa área inclui 53% do território, bem como a cidade de Rafah, na divisa com o Egito.
Após a retirada, o Hamas deverá libertar cerca de 20 reféns israelenses vivos no prazo de 72 horas. Também está prevista a devolução de 28 corpos de reféns, embora o cronograma dessa etapa dependa de negociações adicionais.
Em contrapartida, Israel vai libertar 1.950 prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua e 1.700 detidos durante os dois anos de guerra.
Monitoramento internacional e ajuda humanitária
O acordo prevê ainda a entrada diária de até 400 caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Uma força-tarefa internacional será criada para supervisionar a trégua. Os Estados Unidos devem enviar 200 soldados, que atuarão junto com militares do Egito, Catar, Turquia e, possivelmente, dos Emirados Árabes Unidos.
Conforme a Casa Branca, um centro de coordenação civil-militar será estabelecido em Israel. O Comando Central dos EUA comandará para facilitar o cumprimento das cláusulas do acordo.
Histórico do conflito
O conflito foi deflagrado em 7 de outubro de 2023, após atentados do Hamas que deixaram 1,2 mil mortos em Israel. Desde então, os ataques israelenses em Gaza resultaram na morte de quase 70 mil palestinos, segundo dados de agências internacionais.
O cessar-fogo anunciado nesta quinta-feira é o terceiro desde o início da guerra. Os anteriores, em novembro de 2023 e no início de 2025, foram interrompidos sem avanços em temas centrais. Temas como o desarmamento do Hamas e o controle administrativo de Gaza seguem pendentes para futuras rodadas de negociação.
Durante o anúncio, o presidente Donald Trump afirmou que espera uma “paz duradoura” no Oriente Médio. Ele também confirmou que pretende participar da cerimônia oficial de assinatura do acordo no Egito. A previsão é que os reféns sejam libertados entre segunda (13) e terça-feira (14).
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