O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) prendeu, na manhã desta terça-feira (12), três pessoas em uma operação contra um esquema de corrupção bilionário envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria da Fazenda estadual.
Conforme a investigação, o grupo arrecadou cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. A fraude ocorria por meio da manipulação de processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários a empresas.
Agentes do GEDEC (Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos) cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços residenciais, sedes de empresas e imóveis de investigados. Em Alphaville, foram apreendidos dois pacotes com esmeraldas, R$ 330 mil, US$ 10 mil e 600 euros dentro de um cofre.
Foram presos:
- Sidney Oliveira, dono e fundador da Ultrafarma;
- Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop.
- Artur Gomes da Silva Neto, auditor da DIFIS (Diretoria de Fiscalização) da Fazenda de SP, apontado como líder do esquema;
A investigação indica que Artur Gomes prestava “assessoria tributária” ilícita, orientando empresas sobre documentos que acelerariam a liberação de créditos de ICMS. Em troca, recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.
A Secretaria da Fazenda e Planejamento instaurou processo administrativo para apurar a conduta do servidor e pediu ao MP o compartilhamento de informações. A pasta disse repudiar práticas ilícitas e reforçou seu compromisso com valores éticos e justiça fiscal.
Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Outro lado
As defesas dos investigados não emitiram seus posicionamentos sobre a operação. O espaço está aberto para manifestação.