EM BRASÍLIA

Governador entrega a Alckmin demandas da indústria do RS para mitigar tarifaço de Trump

Leite esteve reunido em Brasília com o vice-presidente da República. Ofício do Estado veio junto de um relatório da Fiergs

Leite solicitou a Alckmin medidas semelhantes às que foram adotadas durante a pandemia e as enchentes - Foto: Vitor Rosa/Secom
Leite solicitou a Alckmin medidas semelhantes às que foram adotadas durante a pandemia e as enchentes - Foto: Vitor Rosa/Secom

O governador Eduardo Leite esteve reunido nesta quarta-feira (6), em Brasília, com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O objetivo do encontro era tratar dos impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

Durante o encontro, Leite entregou um ofício acompanhado de um relatório elaborado pelo Comitê de Crise da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), detalhando as consequências das medidas para a economia gaúcha.

No ofício, o Estado declara apoio às propostas apresentadas pela Fiergs para mitigar os danos da medida. Dentre elas, estão:

  • ampliação do Reintegra (programa de incentivo às exportações);
  • reativação do Programa Seguro-Emprego;
  • criação de linhas emergenciais de crédito via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social);
  • e prorrogação de regimes fiscais especiais.

“Estamos pedindo ao governo federal medidas semelhantes às que foram adotadas durante a pandemia e as enchentes, focadas nos setores estratégicos mais afetados, para que consigam atravessar este momento”, disse o governador.

Leite também disse ter recebido de Alckmin a sinalização de que o governo federal trabalha em um pacote de medidas de apoio às empresas impactadas.

“O vice-presidente nos relatou que já está em diálogo com autoridades americanas na busca por novas exceções às tarifas e que estuda ações para dar suporte às empresas. Esperamos que essas medidas venham logo, com foco na manutenção de empregos”, concluiu.

Segundo Estado mais afetado

De acordo com o documento, o Rio Grande do Sul é o segundo Estado brasileiro mais afetado pelo chamado “tarifaço” do governo norte-americano de Donald Trump, que entrou em vigor hoje. As tarifas adicionais incidem sobre 85,7% das exportações gaúchas para os EUA, o que corresponde a cerca de US$ 1,6 bilhão em vendas anuais.

Os setores mais prejudicados incluem:

  • produtos de metal (45,8% das exportações para os EUA);
  • máquinas e materiais elétricos (42,5%);
  • madeira (30,1%);
  • couro e calçados (19,4%);
  • e tabaco (8,9%).

A Fiergs estima que os impactos podem resultar em até 22 mil postos de trabalho perdidos entre os 143 mil empregados nas indústrias mais expostas.