BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO

RS registra queda de 52% nas mortes por hepatite C entre 2019 e 2024

Dados do Ministério da Saúde destacam avanços do SUS no combate às hepatites virais no Estado.

Crédito: Rodrigo Nunes / Ministério da Saúde
Crédito: Rodrigo Nunes / Ministério da Saúde

No Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado nesta segunda-feira (28), o Rio Grande do Sul apresenta resultados expressivos no enfrentamento à hepatite C. Entre 2019 e 2024, o número de óbitos caiu 51,8%, enquanto os casos registrados da doença recuaram 30% no período.

Os dados constam no Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais 2025, divulgado pelo Ministério da Saúde com apoio da SES (Secretaria da Saúde do RS). O documento reúne informações sobre as hepatites A, B, C, D e E, com base em registros de notificações e óbitos até 2024.

Ações do SUS no combate à hepatite

A queda nos índices é atribuída à ampliação das políticas públicas de vigilância, diagnóstico e tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Entre as ações, destacam-se:

  • oferta de testes rápidos para hepatites B e C;
  • acesso facilitado a medicamentos;
  • início ágil do tratamento após o diagnóstico;
  • descentralização do cuidado, com fluxos definidos a partir da atenção primária.

Além disso, o RS implementa estratégias específicas para rastrear a hepatite C em grupos mais vulneráveis, como pessoas privadas de liberdade, com mais de 40 anos, em hemodiálise, usuárias de álcool e outras drogas e pessoas vivendo com HIV.

Formas de transmissão e sintomas

As hepatites virais são infecções no fígado causadas por diferentes vírus e variam de formas assintomáticas até quadros graves. Veja as principais formas de transmissão:

  • Hepatite A: via fecal-oral, relacionada ao saneamento precário e água contaminada.
  • Hepatite B e C: pelo sangue e fluidos corporais, com potencial de transmissão sexual ou por procedimentos invasivos.
  • Hepatite D: só afeta quem já tem hepatite B.
  • Hepatite E: transmitida por alimentos e água contaminados.

Os sintomas incluem náusea, dor abdominal, febre, cansaço e pele ou olhos amarelados.

Vacinas disponíveis na rede pública

O SUS oferece vacina para hepatites A e B. Para hepatite C, embora não exista vacina, há tratamento gratuito e eficaz, com taxa de cura superior a 95%.

  • Hepatite A: indicada para crianças de 15 meses até 4 anos; também está disponível para usuários da PrEP contra HIV.
  • Hepatite B: disponível para todas as idades. Adultos precisam de três doses e pessoas com comorbidades podem receber até quatro.

A SES reforça que a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento são as melhores formas de controlar as hepatites. A população pode buscar os serviços nas unidades básicas de saúde dos municípios.