
O GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Rio Grande do Sul realizou nesta terça-feira (8) a Operação Vis Legis. A ação é voltda ao combate de ameaças contra policiais penais e à repressão da entrada de ilícitos nas casas prisionais da Fronteira Oeste.
A ofensiva ocorreu simultaneamente na Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana e no Presídio Estadual de Rosário do Sul. A operação resultou no cumprimento de mandados de busca, na apreensão de celulares e na transferência de quatro detentos considerados lideranças negativas para outro presídio gaúcho — o local não foi divulgado por segurança.
Segundo os promotores Rogério Meirelles Caldas e João Afonso Beltrame, que coordenam o 9º Núcleo Regional do GAECO – Campanha, a ação é desdobramento de uma investigação com duas frentes: a apuração de ameaças contra servidores e a repressão ao tráfico e organização criminosa dentro das unidades. A apuração também busca identificar como celulares e drogas continuam ingressando mesmo diante do uso de scanners corporais e redes de proteção.
Apreensões de ilícitos crescem
Somente na penitenciária de Uruguaiana, foram apreendidos 268 celulares em 2024 e 189 até maio deste ano, além de facas artesanais, chips, carregadores e entorpecentes.
Participaram da ação 134 policiais penais, 40 agentes do GAECO, nove policiais militares e promotores de Justiça de Uruguaiana e Rosário do Sul, além do coordenador estadual do GAECO, André Dal Molin.
As ameaças contra servidores em Rosário do Sul se intensificaram após episódios de violência dentro da cadeia. Em 2023, uma briga com tiros resultou na morte de um apenado. Em 2024, uma rebelião deixou nove feridos após conflitos por regras sobre visitas. Mesmo com transferências realizadas desde então, os ataques e intimidações persistiram, motivando a operação desta terça.
A investigação continua e poderá resultar em novas responsabilizações conforme a análise do material apreendido.