AGRONEGÓCIO

Plano Safra 2025/2026 traz medidas de estímulo à sustentabilidade no campo

Conforme Ministério da Agricultura e Pecuária, objetivo é beneficiar produtores que adotem boas práticas de conservação do meio ambiente

O Plano Safra 2025/2026, lançado na terça-feira (1º), trouxe novidades ligadas à preservação do meio ambiente. O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no programa “Bom Dia, Ministro”, tratou dessas mudanças nas regras do programa. O Plano disponibiliza R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial.

“Este plano safra inovou neste ponto. Nós já vimos nos outros Planos Safra um prêmio de 0,5% de desconto para todos os produtores que tinham boas práticas na sua propriedade, como o Cadastro Ambiental Rural aprovado. A nossa proposta é que produtores que usam bioinsumos, produtores que fazem plantio direto, produtores que fazem conservação de solo eficiente com matéria orgânica, possam também, atestados num programa estabelecido pela Embrapa, receber esse desconto de 0,5%”, explicou Fávaro.
 

Zoneamento Agrícola de Risco Climático

O Plano Safra 2025/2026 prevê a exigência de observância do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) para contratos de crédito de custeio agrícola acima de R$ 200 mil. Anteriormente, isso era restrito a operações de até R$ 200 mil, contratados por agricultores familiares do Pronaf.

O objetivo é ampliar a segurança e a sustentabilidade na produção, ao restringir a liberação de crédito a períodos e regiões mais adequados ao cultivo. Além disso, o financiamento de rações, suplementos e medicamentos passa a ser permitido com até 180 dias de antecedência à formalização do crédito, aumentando o acesso a insumos.

“O Zarc era obrigatório para a decisão do produtor em plantar, de acordo com informações técnicas, onde plantar, o que plantar, em que período do ano plantar, saindo dos riscos climáticos. Era obrigado para produtores até R$ 200 mil. Agora, neste Plano Safra, é para todos os produtores”, ressaltou o ministro.

Caminho verde

O Ministro Carlos Fávaro tratou também do programa Caminho Verde Brasil. A iniciativa do Governo Federal visa impulsionar a recuperação ambiental e a produtividade do setor agropecuário. Isso ocorre por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de práticas sustentáveis.

Atualmente, o Brasil possui cerca de 280 milhões de hectares destinados à agropecuária, dos quais 165 milhões são pastagens, sendo que aproximadamente 82 milhões de hectares estão em algum grau de degradação.

A proposta do programa é a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo dos próximos dez anos, convertendo essas áreas em terras agricultáveis de alto rendimento, sem a necessidade de desmatamento. “São mais R$ 7 bilhões, a juros de 8,5% ao ano, com dois anos de carência e dez anos para pagar. Evita o desmatamento e recupera os degradados”.

O ministro ainda citou outra fonte de financiamento, via Agroinvest Brasil, com US$ 1 bilhão e meio em recursos.

Renovagro

O Plano Safra 2025/2026 apresenta estímulos voltados para a sustentabilidade na agricultura e para a adaptação às mudanças climáticas. Com o subprograma RenovAgro, os financiamentos para sistemas de produção de baixa emissão de carbono seguem como prioridade e o Plano Safra passa a permitir o financiamento de ações para prevenção e combate a incêndios, reflorestamento e recuperação de áreas protegidas.

Sementes e mudas

A produção sustentável também ganha estímulo com a possibilidade de destinar o crédito de custeio à produção de sementes e mudas de essências florestais e ao cultivo de plantas de cobertura do solo. O objetivo é promover práticas que preservam o meio ambiente e melhoram o solo entre as safras.

Além disso, o novo ciclo do Plano Safra traz medidas que buscam facilitar a renegociação de dívidas. A iniciativa oferece aos produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores mais flexibilidade para reorganizar passivos e retomar o fluxo produtivo.